Revelações da madrugada!

A noite avançava. A lua já estava alta, indicando a chegada da madrugada já próximo da meia-noite.

O futuro distante iria me condenar por ter procurado Jesus à noite ao invés de procurá-lo durante o dia, às claras.

Alguns diriam que eu fiquei com medo dos meus pares do Sinédrio, pois se soubessem disso provavelmente eu sofreria retaliações. Bem, isso não aconteceu, embora houvesse grande má-vontade dos meus pares para reconhecer a influência de Jesus sobre as multidões.

Na verdade, procurei-o à noite porque me parecia impossível me aproximar dele durante o dia, tal a sua popularidade e o seu trabalho com as multidões que não o deixavam em paz. A todo momento surgia alguém buscando solução para algum problema, alguma enfermidade, pessoas oprimidas que precisavam ser libertas do mal, pais aconselhando-se com ele acerca da criação dos seus filhos, enfim, toda sorte de necessidades e Ele a todos atendia, incansavelmente.

Eu ainda estava refletindo sobre a questão do vento e seus efeitos, quando me lembrei do que Ele me dissera no início da nossa conversa: "Nicodemos, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus."

Foi então que, ao perguntar o significado daquilo que me parecia incompreensível Ele afirmou novamente: "Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é Espírito."

Bem, quer você concorde ou não comigo, a pedagogia de Jesus ao ensinar as coisas relativas ao Reino de Deus era perfeita. Em nenhum momento eu me senti pressionado por Ele a abandonar a minha tradição religiosa, mas, por outro lado, Ele me levou a pensar sobre a profundidade da minha crença e da minha fé.

Noutras palavras, Ele estava me dizendo que, se eu admitia que aquilo que eu estava vendo acontecer como resultado da Sua ação no meio do povo era proveniente de Deus, então eu não podia mais me satisfazer com a interpretação da letra da Lei que me apresentava um Reino Futuro para Israel, quando o próprio Reino de Deus estava bem ali na minha frente, incorporado na pessoa daquele Mestre por excelência.

Como resistir a isso? Se eu passei a minha vida toda à procura de respostas para os meus questionamentos acerca do cumprimento da promessa do Messias, como poderia eu, agora, rejeitar o próprio Messias bem ali, na minha frente?

Nossa conversa continuava e eu, embevecido com as revelações daquela noite memorável ainda ouvi o Mestre referir -se a Moisés, em quem eu depositava toda a minha confiança julgando ser Ele o fundamento da minha crença. Disse Ele que Moisés, no deserto, precisou erguer um símbolo de vida para curar e salvar o povo descontente e rebelde e que, da mesma forma, agora a profecia se cumpriria em Jesus que seria igualmente levantado para que todo aque que cresse no Seu sacrifício tivesse a vida eterna.

Ah! Como eu estava enganado. A minha fé e a minha religiosidade eram honestas, mas eu estava enganado quanto ao fundamento. O vento soprara sobre mim a verdade absoluta de que não há nenhum outro fundamento para se viver uma vida de espiritualidade aprovada pelo Criador, a não ser a FÉ em Jesus.

Não posso concluir esse texto com as minhas impressões! Ainda continuaremos as nossas reflexões acerca de tudo quanto Ele me ensinou naquela noite, mas preciso reproduzir aqui uma palavra dele, e não minha, sobre a verdade da vida eterna.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

A pergunta que fiz para mim mesmo naquela noite foi: "E será que eu creio nisso?"

E a pergunta que eu faço a você que está lendo sobre essa minha experiência com Jesus é a mesma: "Você crê nisso?"

Já era madrugada, mas a nossa conversa continuou por mais algumas horas, assim como o texto continuará na próxima semana. Convido você a ler e a dar a sua opinião sobre o assunto!

Deus te abençoe!

Pr. Oniel Prado

Inverno de 2021

11/07/2021

Brasília, DF