LIBERDADE VERDADEIRA.

Liberdade verdadeira não desenha discurso para negá-la sob motivações absolutamente indevidas. Em causa própria... Nenhum fundamento legitima ausência de liberdade, muito menos ameaças. Seus propósitos são filhos da tirania.

Qualquer posição contrária às liberdades disponíveis que não confrontam as leis viola o direito natural.

A verdadeira liberdade não sofre grilhões da consciência. Somente é liberada pela inconsciência, motivada pela deseducação ou pela bravata. Aquela por falta de saber, esta pela pantomima que se vê no circo.

Somente o insano engana a si mesmo se dirigindo aos princípios que negam uma organicidade social, ainda que falte plenitude na satisfação de seus fins.

Só os limpos vivem o cenário da vida arejada, onde a conduta não fustiga a alma, nem põe em combate os decretos sociais.

Transitar livremente quando o interior cinzento ainda se acha velado, é caricatura de uma liberdade inexistente, no palco de um teatro onde não há mais cortinas.

A única liberdade é a de não alarmar, NÃO AMEAÇAR, nem desservir aos teus iguais sob o manto da invectiva, forrada no pessoalismo e na vaidade sem títulos, demeritória e rasteira, engenho de traições. Um dia o perfil do que se é e que se foi se mostra inteiro. Não há possibilidade inversa.

Ninguém se afirma contrariando conviventes, sociedades, e as regras por elas impostas legalmente; é a sociedade criada e o Estado revelado ao qual não podemos enfrentar que normatiza. SEM AMEAÇAS...

Se te convenceres da liberdade que não liberta, agarrado ao palco de um cenário construído sob mentiras, complexos e vaidades, buriladas no porão obscuro das grades não benevolentes, apenas pretensas nesse sentido, assim perfilado, não te livrarás das atribulações e agruras das moléstias que assaltam o pensamento. Nada que se faz deixa a causa eficiente sem retorno ou sem registro.

Duas forças perturbam esse séquito de desesperos: o ideal e o interesse. O interesse trepida na instabilidade, vive de vitórias vencidas pela conduta posterior, e morre de derrotas conjuradas, ressurge na desforra para capitular na anarquia da ruptura, conta pelo número até que cesse a soma, e desmorona na ambição.

Ninguém avança na mentira, nem faz do Estado e seus mandamentos um vassalo de fantoches. O palco um dia fecha suas cortinas. As grades da violação das liberdades são nossas vizinhas para testemunharem a pobreza, a miséria, o desrespeito ao direito e a insurreição à vontade humana em seus mais tímidos e legítimos propósitos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/07/2021
Reeditado em 09/07/2021
Código do texto: T7296007
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