SENADORES NEGACIONISTAS
SENADORES NEGACIONISTAS
Nelson Marzullo Tangerini
Um senador, fingindo ser feminista, declarou hoje, 8.7.2021, diante de uma depoente médica, que os membros da CPI desrespeitaram aquela médica negacionista, adepta da cloroquina e do tratamento precoce, que, para ele, também negacionista, prestou grandes serviços à nação.
Esquece o senador, linguisticamente pobre e despreparado, que o presidente, por ele defendido apaixonadamente, vem desrespeitando as profissionais de jornalismo. E tanto isto é verdade, que o presidente vem sendo denunciado pela Ong Repórteres sem Fronteiras.
A Bancada da Cloroquina é tão ridícula, tão rasteira, e tão desprovida de conhecimentos científicos, que insiste com a cloroquina e com o tratamento precoce, ainda que a OMS, cientistas, médicos e infectologistas tenham alertado publicamente a ineficácia desses tratamentos.
Mas não é só ele a defender a cloroquina. Outros senadores de baixo qi saem em defesa do presidente genocida e de tais medicamentos, o que nos faz crer que ou são burros ou são coniventes com o número de mortos no país.
Perguntaremos ainda: de onde saíram todos esses idiotas que agora se declaram, publicamente, negacionistas e fascistas. Certamente, o armário estava superlotado, como aqueles ônibus clandestinos que levam seres humanos humildes e explorados – enlatados - para rincões distantes, nas periferias das cidades grandes. A comparação é inadequada, me dirão, mas foi a única que me veio à mente neste momento, porque os ônibus do mal, aviões de luxo, diferentemente do veículo que transporta trabalhadores escravizados pelo sistema capitalista, está repleto de reacionários; desembarcou no Planalto Central para vandalizar o país.
Há um outro fascista que tenta montar o seu espetáculo, anunciando para os desprovidos de cultura e conhecimentos históricos, que a CPI foi organizada para destruir a imagem do presidente. Infelizmente, o seu mimimi bolsonariano não comove todos aqueles que perderam amigos e seus entes queridos, ceifados pela Covid 19. Não há como salvar a imagem desgastada e suja do presidente negacionista, pai daqueles meninos inquietos que aterrorizam o Brasil.
Prefiro não citar nomes. Não convém dar crédito a todos esses filhotes de Mussolini e Hitler.
A verdade é que, em todo o Planeta, a imagem do presidente e de seus sinistros militares ministros está totalmente queimada. Foi o que vimos, recentemente, quando militantes da liberdade saíram às ruas de todo o mundo, de Berlim a Dublin, passando por Paris, Amsterdã, Copenhague e Londres, para denunciar esse ditador que, além de liberar queimadas e desmatamento na Amazônia e promover invasões a terras indígenas, também trata de forma grosseira e desrespeitosa as jornalistas que trabalham honestamente pela informação correta e limpa. O presidente misógino parece odiar as mulheres mais inteligentes que ele.
Amedrontado, vendo sua popularidade cair, ele inventa mais uma: nega a votação eletrônica e quer a volta do voto impresso, quando poderá dar o seu golpe, acompanhado de seus asseclas, milicianos, fanáticos religiosos, ruralistas, garimpeiros e militares obtusos, que, certamente, tentarão manipular a contagem a seu favor. Como o fascista americano, negará, para todo o sempre, que foi roubado pela oposição, para ele, um bando de comunistas. Mimimi.
Esse gado descerebrado e alegre, rumina inutilmente, em ruas e avenidas de algumas cidades brasileiras, enquanto o presidente imita Il Duce montando num cavalo ou numa moto. Uma letra de Cazuza sintetiza tudo o que amargamente vivemos: “Transformaram o país inteiro num puteiro, pois só assim se ganha mais dinheiro”.
Como é bom ter história e desfiar canções inteligentes que denunciaram as atrocidades promovidas por pessoas nefastas, falsos mitos, que, até aqui, pensaram nos governar!
E aqui vai um recado de um velhote, amante da liberdade, que se aproxima dos 70 anos: Rebeldia sempre! Ditadura nunca mais!