A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO?

       Vivemos em tempos obscuros! A melhor forma de estar dentro dele é procurar viver pela virtude. Como já nos falava Aristóteles em sua Ética, a virtude está no meio (virtus em médio). A grande questão que se levanta é qual real significado que se possa dar à virtude sem cair na armadilha da mediocridade e da parcimônia exacerbada enquanto “neutralidade” presente. Quando me refiro à virtude pela busca do equilíbrio que não está nos extremos, não estou apontando o dedo numa direção, mas, procurando o que exatamente está dentro de mim diante do mundo. Um mundo povoado por semelhantes, com suas subjetividades distintas da minha, em círculos incongruentes vivendo numa biodiversidade nem sempre digna para com todos. A razão, a ética, a moral e a consciência são ferramentas de sobrevivência em sociedade dentro de uma complexa e intrincada rede de inter-relações pessoais.
         Em tempos obscuros como o que estamos mergulhados, deixar de falar é omissão e quando se pronuncia a respeito de algo estamos sujeitos a críticas e repreensões quase sempre descabidas em nome de minorias tentando subverter a ordem fomentando o desequilíbrio e o caos. O interessante é que neste contexto o caos leva a uma nova ordem, talvez uma ordem semelhante, porém mais robusta. Seguramente não estou a ditar palavras de ordem ou regras nem tão pouco atirando “a pedra”, nem plantando sementes nos campos desertificados de almas desprovidas de um fértil sentimento chamado amor. Quando provoquei o leitor pela virtude aristotélica apenas espero um mergulho por ele dentro de si, pelas buscas de suas qualidades essenciais que o fazem o humano que o habita. Rever o palco em que desempenha seus papéis sociais e assim sermos um homem virtuoso.
      No meio é onde podemos encontrar a virtude, é algo extremamente subjetivo. Passa pelo crivo pessoal, pelas decisões tomadas e seus impactos gerados! Passa pela atitude consciente, consciência, presente e não latente. A responsabilidade coletiva procura estabelecer uma relação direta com o bem comum, com o que de melhor possa despertar nas pessoas. Não se trata como já falei de ditar regras nem de impor conceitos, mas, respeitar o outro como gostaríamos de ser respeitados e isso já é um bom começo para nos tornarmos humanos mais equilibrados, sem os excessos dos extremos. O fiel da balança é a virtude. As nossas ações e reações provocadas serão os pesos e à medida que cada um de nós será avaliado e considerado exaltado ou aviltado pelos que assim nos reconheça.
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 07/07/2021
Reeditado em 07/07/2021
Código do texto: T7294467
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