O Primeiro Beijo- Premiação da Academia Jacarehyense de Letras 2020 Menção Honrosa 9° Lugar Troféu Jacaré

Se tem uma coisa para qual eu vivo é o amor; aliás hoje com 32 anos, costumo dizer que eu não tenho mais coração para aventuras desse tipo. Na verdade, sempre sonhei com um único amor, que durasse pra sempre. Pois é, rapazes também sonham com um único amor, com casamento, sonham acordado, fazem planos, ficam bobos, choram e enlouquecem. Isso mesmo, o amor romântico não é só "coisa de meninas," meninos também sonham.

Embora eu sempre acreditasse num único amor, não foi o que aconteceu na minha vida, tive alguns amores, algumas paixões, algumas loucuras. Por isso não quero mais amar, para mim é muito perigoso. Confesso que tive minha fase de "pegador," não que eu me orgulhe disso hoje, pois tudo tem o seu preço e consequências.

Mexendo nas minhas memórias, me lembro de uma garota por quem me apaixonei; já era minha terceira paixão, daquelas à primeira vista. Aos poucos nos aproximamos, nos tornamos quase amigos; quando revelei minha paixão por ela, ficou surpresa ao ver sua foto como papel de parede no meu computador. Ela era linda, cabelos longos, negros mais que a propria noite, olhos castanhos-escuros e foram os olhos que eu mais amei.

Depois de falar dos meus sentimentos, ela disse que também imaginava como seria nós dois juntos. Logo perguntei o que impedia isso acontecer. Ela explicou que nunca havia beijado ninguém, não sabia como era e confessou seu medo; tentei acslma-la, mas ela pediu um tempo para pensar. E eu, claro, dei esse tempo.

Fiquei eu uma semana sonhando e esperando, o tempo não passava, eu mal a via, mal nos falávamos; foi estranho, cheguei a acreditar que ela já tinha desistido. Decidi ir à casa dela, me recebeu no portão e disse pra eu voltar para casa e esperar que naquela noitinha ela viria me dar a resposta. Esperei mais ansioso do que nunca, aquela seria uma das minhas maiores conquistas. Quando ela chegou meu coração disparou; entrou sentou na cadeira, inclinou a cabeça para baixo, com os cotovelos nas pernas e as mãos segurando a cabeça. Eu então desci ao chão, fui até ela enconstei minha testa na dela e ficamos nos olhando. Dava para ouvir o coração dela acelerado e ela meio trêmula sem dizer nada. Foi então que eu perguntei: "não vai dizer nada?" Ela me imitou repetindo o que eu disse. Eu disse: “ah, vai me imitar?" Ela de novo repetiu o que eu falei, então eu disse: "olha, não brinca com fogo," de novo ela repetiu minhas palavras. Dai eu disse mais uma vez: "então vai ser assim?" Ela repetiu de novo, pra acabar com a história eu falei: "me beija," ela repetiu: "me beija," e eu a beijei, pensei comigo: já que você pediu…

Como eu disse, já havia namorado algumas vezes. Mas ela… Aquele foi o primeiro beijo dela, aquele foi nosso primeiro beijo, aquele foi o beijo que eu amei de verdade. O beijo do primeiro amor...

Alison Silva
Enviado por Alison Silva em 05/07/2021
Código do texto: T7293302
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.