Peido de Véia
QUANDO eu era menino (faz tanto tempo...) nas festas juninas a meninada costumava soltar uns traques,uma bombinhas mixurucas, que fazia uma zoadinha fraca e o apelido delas era peido de véia (um atentado ao politicamente correto, rssss). Pois bem, doi dessa bombinha, o peido de véia, que me lembrei quando tomei conhecimento do depoimento, na CPI da Pandemia , de um cabo da polícia que, pasmem, agora é vendedor de vacinas contra a Covid, é seu bico nas horas vagas. Só Eremildo, o idiota,além de senadores incompetentes, não deduziria que esse cabo foi plantado na CPI para desviar o foco da comissão. Apresentou-se como vendedor de vacinas da Astrazeneca. Vejam bem, um cabo da polícia, sem nenhum currículo na área de produtos médicos tirando onda de executivo dizendo que ia vender 400 milhões de doses da vacina e que lhe foi oferecido um dólar de propina por cada vacina. Nem nas histórias de Sherazade haveria algo tão fantasioso. Mas a missão dele era outra: desmoralizar um depoente anterior, o deputado Miranda. Para tanto sacou o celular (que foiapreendido) e mostrou uma gravação do deputado, afirmando que se relacionava com a operação propina. Só que na gravação não se fala em vacina. Mais:a gravação era do ano passado. Tratava-se, claro, de um jabuti em cima de uma árvore. A bomba plantada se transformou, portanto, num peido de véia.
Estranho país que uma CPI ouve um can=boda polícia que se diz vendedor de milhoes de vacinas. Mais estranho é esse cabo ser recebido por altos escalões do governo., inclusive militares. Repito Shakespeare: "Há algo de podre no Reinoda Dinamarca". Inté.