DA JUSTIÇA DO INFERNO NINGUÉM ESCAPA.... DANTE.

A justiça do inferno está discutida no “Canto Onze” de Dante Alighieri.

Aristóteles indica em “ Ética a Nicômaco” que "deve ser observado existir o que deve ser evitado em condutas; malícia, incontinência e bestialidade.

"A alma incontinente tem culpa, mas a culpa é menos grave que o dolo (má-fé), a vontade de pecar. Esta vontade, quando se origina como manifestação da natureza animal é ainda menos grave que aquele pecado que é cometido de forma premeditada, usando a inteligência do ser humano para o mal, mesmo assim, é menos grave um indivíduo planejar e executar um crime contra um desconhecido, que pode se defender do estranho que o ameaça, que ele fazer o mesmo com alguém que confia nele, e por isto está indefeso, por isso a traição, é considerada o maior pecado, que recebe a punição máxima no local mais profundo do inferno. A justiça divina retratada no livro é cabal, racional e definitiva, o que torna o inferno dantesco uma espécie de "caos impiedosamente ordenado".

Está se vivendo esse inferno no país faz algum tempo. Sucedem-se os governos, e a TRAIÇÃO é permanente. A representação é traída. E quando se faz o que normalmente resta em nada, CPI, o teatro expõe vísceras que o aparelhamento histórico e institucional de profissionais nunca desconheceu. MAS NÃO HÁ PUNIÇÃO, AO REVÉS, OS QUE ROUBAM SÃO PREMIADOS.

A selva pela qual passa Virgílio é uma representação simbólica da perdição no pecado, e ela está sob nossos olhos nos quadros ditos “políticos” e o que ainda está por vir.

Nenhuma alma que vive desses horrores é capaz de reencontrar o caminho certo. Acha que há e está em paz junto às fortunas acumuladas do que retira dos direitos de todos e dos mais necessitados .

Só a razão limpa e o intelecto podem afastar essas sombras. Só com a vontade dirigida eficazmente a um fim de reencontro com a retidão, resgata da selva densa do pecado a alma perdida,caída. Só assim poderá escapar vendo seu pecado, de frente, não como um obstáculo externo, porém removendo um cenário de caos e morte dentro de si mesmo.

Esse o nível místico de ascensão da alma caminhante como os cristãos em direção de Deus.

Estamos diante da porta moral que configura a real imagem do arrependimento.

Pantera, Leão e Loba, animais que representam o tríduo de pecados tratados no Canto 11 de Dante configuram as três divisões do inferno, seria segundo Tomás de Aquino, influenciador de Dante, uma alegoria. Pantera a incontinência, leão a violência e loba a fraude, indicam a gravidade de acordo com os conhecimentos do homem, e mais importante, quanto mais se sabe, mais grave é o pecado.

“Deixai toda a esperança, vós que entrais!", é assim que Dante convoca os pecadores quando entram no umbral do inferno.

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Na sétima bolgia os ladrões têm seus corpos roubados constantemente por serpentes e outros répteis monstruosos que os atravessam e os desintegram, roubando seus traços humanos. É a punição por terem se apoderado do que não era seu, sendo que agora, as serpentes se apoderam de suas próprias identidades.

Isso está reservado para os que ensaiam alegremente o teatro político que assistimos. Esses véus não estão tão distantes que não possam ser afastados e vistos os pecadores. Mas parece que não há, nem temor e muito menos arrependimento. O deboche, o cinismo e a hipocrisia continuam, criminosos investigando criminosos, juízes julgando em causa própria e em favor de contumazes e conhecidos criminosos sentenciados, legisladores decretando o que lhes interessa de costas voltadas para o interesse da coletividade. É o que temos.

ATÉ QUANDO? PARECE INTERMINÁVEL...

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 01/07/2021
Reeditado em 03/07/2021
Código do texto: T7290560
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