Sentimento e Pátria
NUNCA fui patriota sazonal (de ocasião). Acho esse tipo de comportamento ficção. Nunca fiz cabriolas patrióticas, não me enrolo em bandeiras, não bato panelas, não urro slogans e nem me arrepio quando toca o Hino Nacional. Não comemoro datas ditas cívicas. Não vibro nem com conquista de copa do mundo. Não choro derrotas e nem festejo vitórias, especialmente políticas.
Mas amo a minha pátria. Rezo todos os dias a Deus por ela. E, dentro das minhas limitações, faço o que posso principalmente na luta contra as desigualdades, preservação do meio ambiente e consolidação da democracia. Mas sem alarde, sem fazer salamaleques, sem demagogia.
A mim causa asco esses arrancos de civismo de araque dos cínicos, oportunistas e sepulcros caiados. Uns renegados.
Pátria tem tudo a ver com família, solidariedade, Mãe Terra, amor telúrico. O amor à pátria não tem data fixa, é diuturno, não é festa é dever do cidadão.
O amor telúrico é o amor à pátria. Esse amor se nivela ao amor pela família. Nada como lembrar o que disse Rui Barbosa:
"O sentimento que divide, inimiza, retalha, detrai, amaldiçoa, persegue, não será jamais o de pátria. A pátria é a família amplificada. Éa a família devidamente constituída. tem por elementos orgânicos a honra,a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. Multiplicai a célula e tende o organismo. Multiplicai a família e tereis a pátria.Sempre o mesmo plasma,a mesma substância nervosa, a mesma crculação sanguinea". Bingo. Inté.