O Cringe nosso de cada dia

Mas...que "bagulho doido" é esse? Faz algumas semanas que estou ouvindo essa palavra, dita por diversas pessoas, principalmente no mundo virtual: "Cringe"

Fui pesquisar essa palavra, ou melhor...essa nova onda, ou melhor essa nova loucura, porque já estava demorando para inventarem uma insanidade com as palavras e, como não existe em dicionário nenhum da galáxia recorri ao Google, "tadinho do Google" que uma hora dessas vai surtar, também.

Cringe: termo em inglês que se refere a algo que perdeu a graça, que não é atual ou que está fora de moda.

Difícil entender um "trem" desses, diante de um emaranhado de "novas modas" que insistem em assassinar a nossa língua portuguesa, e o nosso velho Aurélio. E, pra que Aurélio, se as gírias mais sem brio e desconfortáveis fazem a vez e, por falta de "massa cinzenta" ( Já dizia o detetive Hércules Poirot ) caem no gosto popular.

Mas, temos de respeitar a liberdade! A "cultura" afinal, a nossa língua portuguesa é cheia de diversidades.

Só que dessa vez extrapolaram! Somos obrigados a aceitar um "Cringe" como resposta. E, digo mais, somos obrigados a concordar ou seremos taxados de Cringe.

Temos de aceitar o Cringe como gíria!

O que acho interessante é que no dicionário encontramos gírias aos montes, mas jamais participei de tamanha desordem popular como está sendo o tal Cringe.

Entendi, sou Cringe! Sou Cringe porque nasci no final dos anos 70. Porque decidi falar o português correto, e não usar vocabulários alienígenas. Sou Cringe porque ainda gosto de um rock antigo ou um samba raiz. Sou Cringe porque rasgava meus jeans com garfo e curtia Harry Potter? Porque não faço parte de uma geração que não gosta de ler?

Quando eu olho pra este mundo atual, especialmente nos dias de hoje, vejo a falta de empatia, falta de educação principalmente com os idosos, os animais... Então, repenso e, decido que a palavra Cringe deva permanecer, afinal ser Cringe é ser raro, antiquado, e eu quero continuar sendo essa geração do bom dia, boa tarde, boa noite, obrigada, com licença... Ainda que seja Cringe!

Que o Cringe nosso de cada dia esteja cada vez mais presente, pois o que o mundo precisa com certeza é de muitos cringes para quem sabe, abrir a mente de uma geração onde não existe palavras para descrever o que sejam, mas como sou educada recorri ao Dicionário:

Uma geração simplesmente tola.

"Amém"

Andreia Caires