MEMÓRIAS DOS INFERNOS
Alguns medos eu nunca vou conseguir explicar em palavras. São sombras que resistem nas memórias, como se fosse minha escolha carregá-las para sempre.
Nem todas as más recordações são possíveis de apagar! Elas se mantêm vivas, às vezes adormecidas (disfarçadas, talvez), à espera de um fato do presente desencadeador daquela sensação de incertezas. Aquela sensação, cruel sensação, de um tempo ruim, de solidão, em que me pus enclausurada temendo o julgamento alheio e suas pedras me golpeando. Ninguém, jamais, me alcançou em meus medos e fragilidade de menina ameaçada.
E por isso, ainda hoje, por trás dessa mulher que represento, há o domínio do medo, sustentado por essas memórias dos infernos.