UM AMIGO
Escrevi há um tempo um conto ao qual dei o nome de Waldemar Pé de Bicho, esse conto eu escrevi me lembrando desse meu amigo Waldemar, a única coisa que o conto tem a ver com ele é o nome e o fato dele residir em um arraial atrás da serra referida no conto.
Esse meu amigo, por esses arranjos da vida, eu conheci de nome bem antes de conhecê-lo pessoalmente.
Lá na cidade onde eu trabalhei no meu cargo público por um ano, quando contei aos colegas que estava de transferência para cá, eles me disseram que então eu iria ser companheiro de trabalho desse meu amigo, que era daqui, mas que entes de voltar para cá, trabalhou por muitos anos naquele fórum.
Quando aqui cheguei, os colegas que logo conheci me disseram: Você já topou com o Waldemar Pé de Bicho? Ele veio de lá também. Como o nosso trabalho era externo e ele mora nesse arraial longe da sede da comarca, demorou para coincidir o nosso horário de comparecimento ao fórum.
Quando encontramos conversamos bastante e acabamos ficando amigos. Tenho facilidade de me identificar com pessoas simples e verdadeiras e ele era assim.
Percebi que o apelido que lhe deram tinha uma carga de preconceitos, não que ele tivesse qualquer problema físico que justificasse, mas a sua aparência que não corresponde ao padrão de beleza estabelecido e a sua humildade comum a muitas pessoas oriundas do campo, talvez fosse a causa.
Homem bom e prestativo, não media esforços em ajudar aos outros, principalmente aos colegas de profissão, que tinham que se locomover por toda a comarca, que abrangia toda aquela região onde ele morava. Todos nós devíamos muitos favores a ele.
Um certo dia ele distribuiu o convite de casamento da filha dele. Ela iria se casar em um município vizinho, vinte e dois quilômetros daqui da minha cidade.
Fui ao casamento, minha filha que era ainda uma menina, foi comigo. Lá encontrei apenas um dos quase vinte colegas que éramos, sem mencionar os cartorários que eram muito mais.
Passado um tempo nos encontramos na nossa sala no fórum, estávamos só nós dois, ele começou a me dizer da sua gratidão por eu ter comparecido ao casamento, começou a chorar emocionado, embora não tivesse falado nada a respeito, senti que muito daquelas lágrimas tinha a ver com mágoas por ingratidão.
Faz tempo que não o vejo, queira Deus que esteja bem.
Escrevi há um tempo um conto ao qual dei o nome de Waldemar Pé de Bicho, esse conto eu escrevi me lembrando desse meu amigo Waldemar, a única coisa que o conto tem a ver com ele é o nome e o fato dele residir em um arraial atrás da serra referida no conto.
Esse meu amigo, por esses arranjos da vida, eu conheci de nome bem antes de conhecê-lo pessoalmente.
Lá na cidade onde eu trabalhei no meu cargo público por um ano, quando contei aos colegas que estava de transferência para cá, eles me disseram que então eu iria ser companheiro de trabalho desse meu amigo, que era daqui, mas que entes de voltar para cá, trabalhou por muitos anos naquele fórum.
Quando aqui cheguei, os colegas que logo conheci me disseram: Você já topou com o Waldemar Pé de Bicho? Ele veio de lá também. Como o nosso trabalho era externo e ele mora nesse arraial longe da sede da comarca, demorou para coincidir o nosso horário de comparecimento ao fórum.
Quando encontramos conversamos bastante e acabamos ficando amigos. Tenho facilidade de me identificar com pessoas simples e verdadeiras e ele era assim.
Percebi que o apelido que lhe deram tinha uma carga de preconceitos, não que ele tivesse qualquer problema físico que justificasse, mas a sua aparência que não corresponde ao padrão de beleza estabelecido e a sua humildade comum a muitas pessoas oriundas do campo, talvez fosse a causa.
Homem bom e prestativo, não media esforços em ajudar aos outros, principalmente aos colegas de profissão, que tinham que se locomover por toda a comarca, que abrangia toda aquela região onde ele morava. Todos nós devíamos muitos favores a ele.
Um certo dia ele distribuiu o convite de casamento da filha dele. Ela iria se casar em um município vizinho, vinte e dois quilômetros daqui da minha cidade.
Fui ao casamento, minha filha que era ainda uma menina, foi comigo. Lá encontrei apenas um dos quase vinte colegas que éramos, sem mencionar os cartorários que eram muito mais.
Passado um tempo nos encontramos na nossa sala no fórum, estávamos só nós dois, ele começou a me dizer da sua gratidão por eu ter comparecido ao casamento, começou a chorar emocionado, embora não tivesse falado nada a respeito, senti que muito daquelas lágrimas tinha a ver com mágoas por ingratidão.
Faz tempo que não o vejo, queira Deus que esteja bem.