PARA QUÊ MAIS ?
Até onde levaremos essa loucura de querer sempre mais, em todos os sentidos. Parece uma obsessão esse desejo contínuo de superarmos aos outros e a nós mesmos.
Uns querem “ter” mais, sem se esforçar muito.
Outros querem “ser” mais, além de suas aptidões e possibilidades naturais.
Até em competições mundiais, temos o desplante de nos entristecer com um vice campeonato, como se não fosse motivo de alegria e grande orgulho a fato de ser o segundo colocado numa concorrência entre muitos países do mundo (normalmente os melhores, por terem se classificado para tal competição).
A inteligência; o poder econômico; a saúde e até mesmo a caridade têm suas limitações. Neste planeta o ser humano tem suas limitações porque não é perfeito e, estamos aqui, justamente, para nos aperfeiçoar, mas enquanto não nos rendermos à humildade de reconhecer nossas próprias limitações, procurando fazer apenas aquilo que as nossas capacidades e as circunstâncias momentâneas permitirem, sofreremos frustrações e contrariedades, prejudicando até nossa saúde e a vida dos semelhantes, especialmente dos mais próximos. É claro que temos até a obrigação de buscar o progresso individual e coletivo, nos esforçando para saber e ensinar cada vez mais, criar e produzir cada vez mais e melhor, mas sempre conscientes de nossas possibilidades e dos ideais que almejamos, sem prejudicar ninguém, nem agredir a natureza ou nossa própria psique.
Se soubermos aproveitar tudo que a misericórdia divina colocou à nossa disposição para viver com dignidade, procurando sentirmo-nos úteis, para quê mais ?
Deus deu a cada um, na vida presente, o tempo, o espaço e as condições necessárias para fazer o que Ele deseja que faça.
Se conseguirmos fazer, bem feito e com humildade, a nossa parte, por menor que seja, sentiremos o prazer da missão cumprida.
SP. 08/11/07
Fernando Alberto Salinas Couto