Trilhas na floresta
As trilhas na floresta (Casamento Integrado)
Ao casal que escolher caminhar em uma floresta densa, só poderão sobreviver se forem cautelosos e estiverem dispostos a observar e ficar atento e criar uma trilha para andar com segurança e observar os detalhes dessa trajetória.
O casamento é comparado à construção de uma trilha em uma floresta rumo ao desconhecido em busca de novas descobertas. O cenário na construção de um relacionamento é comparado a desbravar uma floresta rumo ao desconhecido
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No inicio dessa caminhada, a floresta se assemelha ao jardim do Éden. Sua beleza é natural, o ar é diferenciado porque patrocina cheiros bons pelos múltiplos aromas. No inicio, essa caminhada é maravilhosa e a nítida impressão é que o casal esta passeando num lindo jardim do Éden onde tudo são novidade e beleza.
A multiplicidade dos sons e ruídos, a beleza multicolor adentra aos sentidos como uma sinfonia natural e harmoniosa.
Ao iniciar essa trajetória é possível discernir as coisas que se veem e apreciar ao derredor e aperceber-se de que: Tudo na caminhada na floresta é encantador, pois se assemelha a um jardim natural onde tudo esta devidamente cuidada. Se observar os detalhes, surge o encantamento e a motivação para construir as trilhas com a beleza natural do ambiente.
Mas, na medida em que se constroem as trilhas e se adentra a floresta adentro, os dois se deparam com as urgências do desconhecido. O mormaço e a umidade natural e o entrelaçamento de plantas e a diversidade de raízes e árvores apresentam a realidade. A bio diversidade dos nichos de insetos irrita e povoa a selva com seus instintos naturais.
A mata fechada impede a caminhada, e tem que haver esforços para romper esses obstáculos, para que a trilha continue sendo aberta. As energias começam a exaurir e o cansaço, a sede por causa do esforço em abrir trilhas na peregrinação, desaparece, surgindo uma nova perspectiva, antes nunca analisada por causa da ilusão da visão do Éden encantado.
A primavera dos primeiros passos momentos desaparece e ficam somente as folhas caídas. A estação das chuvas assoma as dificuldades. Frio e calor se misturam em ambientes diferentes; as árvores mudam suas cores, e o que era prazeroso, torna-se dificultoso e quase insuportável. Muitas vezes diante do momento de continuar abrindo trilhas na floresta, temos ímpetos de desistir, pois que já não nos parece mais um jardim do Éden, e sim um labirinto de árvores em que não vai dar a lugar algum
Nesse momento, é tempo de trazer à memória aquilo que nos traz esperança. Temos que lembrar, tudo ali é o mesmo que fora antes. Ao olhar para trás se apercebe que foi aberto uma trilha no que antes era mata fechada. Não há mais possibilidade de perder-se. Há a possibilidade de voltar. Surgem pensamentos de que não deveríamos ter nos aventurado a estar ali. Esse é um momento de solidão acompanhada de ruídos naturais na mata. Antes de qualquer decisão de desistência, é bom lembrar que: No meio dessa floresta solitária nunca estivemos sós. Há muito ao nosso redor, o casal foi uma equipe. É preciso perceber que é hora, transformar tudo isso em aliados da sobrevivência.
A percepção transformou cores e frutos e flores em algo precioso e que desfrutaram juntos. Parem por um momento. Uma boa parte do caminho foi feito ao longo do tempo.
Podem escolher de retornar ao ponto de partida e se aplicar aos primeiros dias começos em exercitar novos discernimentos para entender a nova realidade pelas trilhas que foram abertas.
Cada galho que ficou seco cortado para construir a trilha, servirá de combustível para acender a fogueira da consideração que os aquecerá nas noites frias no meio da trilha.
Sempre haverá travessias perigosas pela frente, a vida continua... E é ainda mais difícil quando temos que carregar alguns filhotes, para que todos atravessem em segurança. Caminhando na trilha já aberta uma pausa para trazer a memória os feitos realizados para carregar novas energias.
Lembrar fatos em algumas partes das trilhas que foram abertas, troncos que foram serrados e rolados para construir pontes, abismos foram contornados, animais selvagens que foram afugentados, enfim os desafios emergentes da época já não são mais assustadores quando foram enfrentados. Tudo esta ai, guardados na memória.
Ao olhar para trás das trilhas construídas há a estação das flores ao lado das trilhas tem espinhos? Sim, porém, olhamos e vemos ainda mais belas. Somos alimentados por outras frutas, as quais ainda nem havíamos percebido em árvores que estavam ao lado das trilhas e que não eram empecilhos.
Quão maravilhosos são os sabores. Numa floresta faz muita diferença se somos crianças, ou se crescemos. Nós decidimos se fazemos da floresta selvagem um jardim do Éden ou uma mata fechada. São nossas as escolhas.
O casamento prosseguirá firme se crescermos; se mudarmos nossas percepções. Se voltarmos atrás para avaliar o percurso já ocorrido. Do contrário, apenas repetiremos o tropeço do Éden, fazer escolhas erradas ouvindo música ao som do sibilo da serpente, ao qual nos perderemos na mata, culpando um ao outro pelas decisões erradas de não aprender com a trilha já aberta.
P.L.d´Almeida