PARA MARIA ALICE, VERA PASTANO E FRANCY. EMINENTES COLEGAS UNIVERSITÁRIAS.

Questão primordial no âmago de todas as questões humanas universalizadas, nos defrontamos com o problema de Deus. Todas as eras, mesmo priscas, "prima", do latim, que veio antes, têm como ponto de partida a grande interrogação sobre a força natural que nos trouxe a respirar a essência da vida, o oxigênio.

Todos os chefes religiosos se concentram nessa flecha inicial disparada para o futuro na procissão das gentes. O séquito da busca de sua razão humana natural de estarmos aqui, desde o Deus de Spinoza, o “tudo”, a natureza inteira, cena filosófica candente, difusa na multiplicidade da vastidão da natureza, irrecusável, até os chamãs, que congregam em rincões, agregados alguns em torno de um místico, como já pude sentir e ver em Nova Friburgo, um religioso eclético que estaria a transpor as portas do tempo.

Os ansiosos por conhecimento de uma ascese vedada à nossa pequenez se aproximam dessas cúrias excepcionais. Queremos algo mais, como São Tomé. Precisamos, somos incrédulos por natureza. Somos as grandiosas criaturas, incrivelmente frágeis, e ricamente questionadoras. Essa força que nos trouxe, fincada na base forte que impulsiona e move toda a natureza, o amor, nos deu vontade dirigida e pensamento, não só instinto como nas outras criações.

O ser humano quer saber como se originou esse séquito interminável de demografias que alguns querem mutante espiritualmente, contraditório em substrato, apenação que pune o infrator na deformidade de um filho, pena binária, sem culpas quem paga, pena dupla que nem na lei dos homens ultrapassa o infrator, e desmistifica a crença, por ilógico, isso em giro inexplicável que desafiou Platão sutilmente, e de outro lado, outros, em um querer permanente na eternidade prometida, A PAZ DO CRISTO, o filho de Deus em uma Nova Aliança recusada pela inveja de Caifás e tirania do Império Romano; mas estava escrito.

Por quê? Pela redenção da humanidade, a mesma que se busca na co-redenção da Maternidade de Maria, que se mostra e fala de paz, PREPOSTA DE SEU FILHO, e não falta aos que Dela se aproximam sinceramente.

Minha destinação é para essa maternidade sagrada, dessas mães amigas e exponenciais nessa pródiga manifestação da natureza, trazer a vida, santificação do dom. Esse fenômeno que não se explica por não se explicar, ainda, e nunca se explicará, o surgimento da vida, é a grande mística da humanidade. Não vai além de dois gametas, nada de forma “prima”, o que veio antes. É nesse paralelo que nunca se encontra que está Deus, que quer nos motivar e santificar pela fé, a verdadeira fé acreditada, aquela que confia, se entrega em devoção e por esse meio se santifica; as mães são santas.

Ninguém concentra tanto amor como a maternidade. É um altar inesgotável, sacrário de amor reconhecido por todos os hinos da humanidade que cantam suas hostes de sacrifício em favor de suas vidas trazidas ao mundo.

E que não se recuse a santificação que reportei para Maria Alice, de absoluta entrega por amor a todos na sua ação de inexaurível caridade, por ela trabalhando um grande espaço de sua vida, com todos os desvãos impostos pelo destino que não interromperam a missão dessa caminhada, determinada por ordem divina a alguns como galardão que destaca, que é ofício de Deus pela entrega na esteira da fé.

Ao lado dessa santificação sofrida, como a de Maria no Gólgota, continuam nossos enígmas indecifráveis, como reportei com Adolfo Levi, Professor de Pávia, que citei em livro meu: "A minha dúvida é sobretudo tormentosa e dilacerante porque me deixa sem resposta em face do drama da vida e da morte, dos problemas da dor e do mal e não me permite afirmar nem supor que as lutas e sofrimentos dos seres vivos tenham uma finalidade e uma razão de ser, que a existência possua uma significação e um valor".

Permanece a porta da fé, que ilumina.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/06/2021
Reeditado em 24/06/2021
Código do texto: T7285861
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