Observando elefantes
Dias atrás, em um papo legal com meu amigo – digamos assim – menos afeito a aceitar as coisas que digo como se fossem verdades absolutas, o que o torna evidentemente meu melhor amigo, ousei dizer que venho me apresentando em determinados círculos como “produtor de conteúdo” e isto, claro, não quer dizer absolutamente nada, mas....será que não mesmo?
Afinal, o que é um “digital influencer”? Isso eu não sou e jamais teria pretensão de ser; Deus Me livre da má hora de querer influenciar alguém! Aí sim, não mesmo, já produtor de conteúdo é tão chic, tão “ninguém sabe o quê”, tão simples de não ser e ser e tal. Vai daí que acho que sou. Ganho muito com isso? Não! Ganho pouco com isso? Já ganhei uns – pouquíssimos - trocadinhos. Alguém lê o que faço, seja na Amazon e/ou similares, por meio físico, em sites especializados? Caso sim (e ocorreu, ocorre, ocorrerá, então sim: sou um produtor de conteúdo!); caso não, pô mais que caso não; é claro que acontece sim e curto isso pra caramba!
Arrematando, e cansado de explicar o que não tem explicação, vou mudar de tom e concluir com um texto que gosto e que talvez solidifique o que penso de mim mesmo enquanto autor, vou falar de Elefantes, longe de mim, paquidermes, nem são animais, antes são a idealização de sonhos de grandeza que se elefantizam por aí. A retomada da trilha esbarra nos contrafortes da montanha e descem, pois que nada há a fazer exceto descer; sempre, em busca da nascente dos marfins que se presam – marfins se presam! Isso é o fim nesse mar sem fim da hipocrisia humana. Todo elefante busca o cemitério de elefantes; não o encontram nunca, claro.
Todo elefante se alia em fila indiana e caminha assim, com o rabinho entre trombas – procissão que esbarra no caminho em tradições e o pó da estrada e a natureza. Elefantes profetizam o que nenhuma outra espécie pode fazer. Estão no mundo pra nos ensinar a viver sem esmagar o que ao nosso redor floresce.
Talvez produzir conteúdo seja isso, “não pisotear o que ao nosso redor floresce”, aplicar sonhos, carinho, amor e doses homeopáticas de NPK que ninguém é de ferro.