Tomara Que O Prognóstico Esteja Errado
Noite de 11 de junho de 2021, assistia ao Jornal da TV Cultura, cujo formato sempre tem presentes dois convidados para analisarem fatos noticiados. Cabe, ainda, acrescentar que a TV Cultura é crítica de muitos pontos da forma como o atual governo e, em especial, o presidente Bolsonaro atua.
A certa altura, o historiador Marco Antônio Villa, sobre o delicado momento político e o presidente Bolsonaro, apresentou prognóstico que me provocou insônia resistente, até ao chá de melissa. Destaco os trechos de grande parte de assustadora e aterrorizante análise.
Referindo-se ao presidente Bolsonaro disse: “vai tentar um golpe de estado e a República Federativa do Brasil poderá virar uma república miliciana de Bolsonaro”.
“Ele não consegue conviver com a Constituição de 1988, com seus marcos democráticos. Sabe que se chegar as eleições de 2022 será fragorosamente derrotado. Não chegará ao segundo turno, pode garantir, então ele aposta no golpe”.
Referindo-se a estados e municípios com propósitos de impedir a livre circulação Villa acrescentou: “Então quando hoje ele voltou a falar meu Exército, acrescentou que o Exército vai resolver essa questão (impedimento de livre circulação por estados e municípios). Vale lembrar que ele controla as Forças Armadas, em especial o Exército, controla as vinte e sete Policias Militares, sem exceção, todas as vinte e sete, a Polícia Federal, a ABIN, e até a Receita Federal, o filho foi lá para ter duas conversas com o Diretor da Receita Federal. A estrutura repressiva do Estado está sob seu controle”.
“A questão é a seguinte: ele vai tentar o golpe, vai... a reação da sociedade civil como vai ocorrer? Por isso que essa manifestação de junho que vai ter, não sei bem a data, ela é muito importante, apesar da pandemia, tem que se criar condições sanitárias para se ir às ruas...” (essa manifestação já ocorreu em 12 de junho, sábado)
A esperança deste cidadão, portanto eleitor, e cronista amador, é que o historiador e analista Marco Antônio Villa esteja errado, mas, somente, sobre o controle repressivo por Bolsonaro e que acerte em cheio sobre ele nem chegar ao segundo turno, pois assim sendo, teríamos chances de: em primeiro lugar, que ocorram as eleições; e assim, num segundo turno, fazer a justiça sobre amplas provas materiais anuladas por um processo legal procrastinatório, pró corrupção e derrotar o outro polo, dessa polaridade insana.
Essa consideração é que, se de fato tiver toda essa força, praticamente excluindo o crime organizado, as milícias, e o número de civis portadores de armas, toda a força armada estaria sob controle de Bolsonaro, então porque esperar ser derrotado para dar o golpe.
Dentro desse quadro, bem parecido com o realizado na Venezuela com Chaves e continuado por Maduro, não existe resistência. A direção da justiça institucional é rapidamente e arbitrariamente trocada e os tons dos corais institucionais das ditaduras são de amplo conhecimento de todo, com mínimo interesse sobre a prática de regimes políticos.
Apesar de reconhecer que, em muitos outros prognósticos, o historiador e analista acertou, além de minha torcida vou orar para que esteja errado, na parte destrutiva de seu prognóstico,. Caso contrário, o presidente que somente foi eleito, para que o “lulismo” não continuasse no poder e com seu desgovernos, tem mais do que razão quando afirma: “somente Deus me tira dessa cadeira”.
Caso haja eleições em 2022, juízo povo brasileiro... Evite essas duas tragédias conhecidas. Evite essa polaridade destrutiva, "bolsonarismo" e "lulismo". Outra alternativa, que não essas da polaridade, é dúvida, mas também, esperança.