Liberdade para crer!

Liberdade para crer!

A opulência da corte e a vaidade dos que frequentavam o palácio quase me cegaram o entendimento, a ponto de eu nem mesmo perceber as atrocidades cometidas contra o meu próprio povo.

Sou judia e me lembro de ter ouvido algo proferido por Oséias, um dos profetas de Israel, há muitos anos afirmando que *"a sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento"*. O poder também embriaga as pessoas e quando isso acontece, a luxúria, a violência e a maldade parecem não conhecer limites.

Observei isto de forma desumana e estarrecedora naquele dia em que se comemorava o aniversário de Herodes. Cuza, meu esposo, fora convidado para as festividades e, como administrador dos bens do tetrarca da Galileia que era o aniversariante do dia, não teve como declinar do convite. Caso o fizesse, poderia parecer extremamente acintoso e o sanguinário Herodes jamais perdoaria o que ele mesmo consideraria uma afronta.

Algo me dizia que eu iria me arrepender de ter comparecido e isto se confirmou quando a filha de Herodias, após ter dançado na presença do rei e por instigação da própria mãe, pediu a cabeça do profeta João Batista que se encontrava encarcerado. Não demorou muito e um dos soldados da guarda pessoal de Herodes surgiu tendo nas mãos a cabeça do profeta que fora decapitado naquela mesma noite. Algo horroroso, estarrecedor e repugnante!

A partir daquele dia comecei a repensar no que era a minha vida. Nunca havia parado para refletir no embrutecimento da consciência em virtude do poder do dinheiro e da posição social. Naquela noite decidi, intencional e espontaneamente romper com o passado de luxúria e imprimir um novo rumo na minha vida pessoal, fundado no pouco conhecimento que tinha dos ensinamentos de um certo galileu que andava pela Palestina arrastando consigo uma multidão de discípulos.

Segundo se dizia, e um dos nossos mestres em Israel afirmava isso por ter procurado esse galileu chamado Jesus, o ensino desse Mestre incluía o amor e a compaixão pelo próximo a despeito das diferenças culturais, sociais, religiosas ou de qualquer outra natureza.

Esse tipo de ensinamento lembrava muito o que fora defendido por João Batista, o profeta assassinado por Herodes naquele dia fatídico. O Batista dizia a todos que se arrependessem e que mudassem de comportamento como comprovação do arrependimento, e era exatamente isso que eu estava buscando fazer com a consciência de que isto agradava a Deus, o Criador.

Conversei com o meu esposo Cuza, a respeito disso, porém não percebi da parte dele nenhum interesse de me acompanhar na minha decisão por julgar inconveniente desafiar a hegemonia ditada por Herodes nos seus domínios territoriais. Aliás, por causa da perseguição de Herodes, o Galileu saiu da nossa região e retornou para a Judeia onde continuou pregando a sua mensagem de amor e compaixão.

O ensino de Jesus conquistou o meu coração. Passei a acompanhar os passos do Mestre e coloquei à sua disposição muito dos meus recursos pessoais como ajuda financeira para que ele continuasse no exercício do seu ministério. Juntei-me a outras mulheres que, por sermos mulheres não poderíamos abandonar as nossas famílias, porém nada nos impedia de contribuir para o sustento dEle e dos seus discípulos.

Meses depois disso, na verdade quase dois anos depois desses acontecimentos, Jesus foi preso em Jerusalém, julgado e condenado pelo Sinédrio composto pelos líderes e mestres da nossa nação e entregue aos soldados romanos que O crucificaram. Temerariamente até, e isto ficou registrado em escritos posteriores, a mesma multidão que seguia a Jesus e ouvia os seus ensinamentos declarou a Pilatos que tentou inocentar o Mestre, dizendo: *"Caia sobre nossas cabeças o seu sangue, e sobre nossos filhos."*

Eu me chamo Joana. Acompanhei o ministério de Jesus até a sua morte por crucificação. Junto com Maria Madalena e a outra Maria que era mãe de Tiago, chegamos a ir ao sepulcro onde o corpo de Jesus havia sido colocado e constatamos que ele havia ressuscitado. Um desconhecido, que reputamos ter sido um enviado de Deus, nos disse naquela manhã: *"Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou!"*

No meu coração trago a certeza absoluta de que um dia estarei na presença dEle. E isto será uma experiência válida para toda a eternidade, porque acreditei nEle e passei a segui-lo por causa do amor, da compaixão e da fé.

Convido você a fazer a mesma coisa atendendo ao que o próprio Mestre ensinou ao dizer: *"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei."* Portanto, se você se sente cansado de buscar uma razão para viver, de fato, e se sentir sobrecarregado de obrigações que não conseguem aliviar o peso da busca ou, da procura pela paz interior, Jesus é a solução.

Não se permita escravizar pela opulência e pelo poder do dinheiro. Busque a Jesus!

Deus te abençoe!

Pr. Oniel Prado

Último domingo do Outono de 2021

20/06/2021

Brasília-DF

Oniel Prado
Enviado por Oniel Prado em 19/06/2021
Reeditado em 25/10/2021
Código do texto: T7282600
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