CPI e seu Relator Fujão
Faz parte da natureza a simetria dos corpos. Assim, há o lado direito e o esquerdo, como o dia e a noite, o quente e o frio, o inverno e o verão, os polos norte e sul entre tantos lados opostos. Nas ciências jurídicas há também a defesa e a acusação, permitindo-se o contraditório.
O relator da CPI só admite a existência de um lado. Tão logo surgiram dois médicos cientistas para defenderem suas teses contrárias , o relator recusou ouvi-los, dando-lhes as costas, seguido pelos aliados, que esvaziaram a CPI, ficando ali apenas os governistas. Assim, os medicos expuseram as suas teses, sem qualquer constrangimento, indo até o final da tarde, quando o próprio presidente também já havia se ausentado, ficando a presidência também a cargo de um governista.
Portanto, ficou clara a demonstração de parcialidade do relator, que só quer ouvir o que lhe interessa. É tanto que, ao tempo em que se ausentou da sessão, foi conceder entrevista coletiva, enumerando os que teriam seus sigilos quebrados, quando alguns deles já haviam recorrido ao STF, que lhes deram guarida.
E, se tanto falam que não deve haver politização na CPI, o certo é que o palanque está armado, tanto para um lado quanto para o outro.
Só os tolos não percebem a verdadeira quebra de braço.
Pena que não há um equilíbrio no quantitativo. Se a votação dos requerimentos é nominal, ganha a oposição que tem mais votos. Assim, alguém já indiciado pela Polícia Federal pode não ser visto pela CPI.