O MENINO TRISTE

Saí do supermercado e fui na direção do estacionamento. Quando menos esperei, um garotinho de mais ou menos cinco anos veio ao meu encontro, me olhou bem nos olhos, e falou, a voz melancólica, o rosto triste, quase choramingando: " Roubaram nosso carro, moço! " Atras dele, a mãe angustiada, o olhar agoniado, perturbada, ansiosa, preocupada. E não era para menos, afinal ter o carro roubado é um verdadeiro desespero. Por isso, procurando confortar os dois, ou ao menos tentando, eu lhes disse que provavelmente, tendo em vista o gigantismo do estacionamento, ela tivesse esquecido o local onde deixou o carro. " Peça ao seguranca de moto para procurar, dê o número da placa, deve estar em algum lugar " , acrescentei. Ela agradeceu, o garotinho também, este quase choramingando, e fui em busca do meu, estacionado ali perto. Olhei para trás e vi a mãe e o filho conversando com o seguranca do supermercado. Fui até ao meu carro, abri a porta, guardei as compras e, sem pressa, voltei a olhar em derredor. Para minha surpresa, lá vinha novamente o garotinho correndo ao meu encontro todo sorridente. " Moço ", gritava ele, "achamos nosso carro!" A mãe dele, de longe, acenou-me e sorriu. Eu sorri de volta, emocionado.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 16/06/2021
Reeditado em 16/06/2021
Código do texto: T7280065
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