VOLENDAM


Gosto de escrever sobre os lugares que visitei. Conservo muitas fotografias que, com o tempo, se tornaram meio apagadas, esmaecidas. Assim, também na minha memória, à medida que o tempo passa, as paisagens visitadas vão ficando pouco nítidas, esfumaçadas.

No final da década de 1990, estive em Volendam, na Holanda. É um pequeno porto pesqueiro, localizado na foz do rio Issel, um lugar encantador. Casas simples, pintadas de cores fortes e alegres, de frente para a água. Era inverno e essas cores contrastavam com o céu cinzento e águas congeladas na estação mais fria do Hemisfério Norte. Porém, essas cores davam ao lugar uma atmosfera de calor e alegria. Via-se a preocupação dos moradores em manter muito asseadas as frentes de suas moradias e em decorar as pequenas janelas com cortinas de renda, cobrindo todo o vidro ou apenas sua metade superior, dando espaço, nos parapeitos das mesmas, para vasos com plantas, agora sem flores, devido ao intenso frio e à neve. Hoje vejo aquelas cortinas em muitos lugares e países, tornaram-se populares e globalizadas, mas foi na Holanda que as vi pela primeira vez. Nos degraus das portas externas de uma casa ou outra, via-se um par de tamancos de madeira, com sua frente em ponta arrebitada. Claro! A pequena cidade é um ponto turístico! Encontramos muitos estrangeiros em suas ruas.

À hora do almoço, entramos em um restaurante no centro da vila, sentamo-nos perto de uma grande janela envidraçada, de frente para o porto de Ijisselmeer, aproveitando a vista, o ar aquecido e saboreando um kibbeling, peixe empanado, servido com molho. Logo entrou um casal, conduzindo pela coleira um enorme cachorro. Sentou-se à mesa próxima e o cão acomodou-se ao lado. Após o garçom servir aos dois a refeição, trouxe um recipiente com ração para o animal, que comeu disciplinadamente e voltou a deitar-se ao lado dos donos, sem fazer qualquer barulho. Aqui, no Brasil, até hoje não é permitida a entrada de cães em restaurantes. Não sei como se comportariam, temo não fazerem bonito...

Também fiquei um pouco tensa quando um Dálmata, conduzido por seu dono entrou no metrô de Paris e acomodou-se à pequena distância. Lá, não só é permitido como também não parece ser inconveniente...



 
Aloysia
Enviado por Aloysia em 15/06/2021
Reeditado em 19/06/2021
Código do texto: T7279577
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