A arte baiana - BVIW
A música é arte, arte é cultura, cultura é o povo, o povo faz história e através da história a sociedade constrói os valores sociais, costumes e tradições. A musicalidade baiana é uma expressão cultural fertilizada, um celeiro de vivências e experiências específicas da região. Esse elemento cultural imaterial tornou-se nossa principal fonte de renda devido à formação social e histórica do povo brasileiro, principalmente na Bahia, que teve a infelicidade de ser invadida – não descoberta - colonizada, subjugada, usurpada, explorada, desmatada, colorida geneticamente, saqueada e condenada à fusão das culturas, sem direito ao menos, a professar a sua fé. Neste contexto, a música trouxe liberdade de expressão e afirmação identitária como forma de amenizar as dores da alma. A Bahia foi o berço da roda de samba e capoeira, teve como um dos principais precursores da Bossa Nova, João Gilberto, assim como Carlinhos Brown com a Timbalada, Raul Seixas e seu rock exclusivo, Banda Olodum que é referência internacional. Dentro desse universo, temos movimentos educacionais que transformam a realidade local através do ritmo. A Bahia não é um eterno carnaval ao som do trio elétrico de Dodô e Osmar, é palco de sustentabilidade do seu povo que descobriu na música um lugar ao sol e tempo para pescar. E como cantava Caymmi, é doce morrer no mar no colo de Yemanjá, pois quem não é cantor, é pescador de ilusões.