Prazer em revê-lo; tristeza em perdê-lo"* (08/06/2021)
A notícia da morte de Juraci Dantas veio juntamente com outras, igualmente tristes, nessa que foi a pior semana de nossas vidas. Juraci morreu? Desconheço. Tem um tipo de ser humano que é tão grande que não cabe em si mesmo. Detentor do bordão mais conhecido da cidade, Juraci foi também dono de uma alma boa. Por onde passou nunca perdeu a ternura: de estudante a político; de político a gigante; de gigante a folclórico; de folclórico a lição; de lição a exemplo; de exemplo a saudade. Foi seu o Nacional juvenil; foi seu o futebol de Patos; foi sua a casa do estudante; foi seu o jornal Integração; foi seu o fusca azul; e, seu, também, um sorriso largo; foi sua a Câmara Municipal; foram suas as leis que fez, todas em favor de Patos; foi sua a "rua Grande", e suas as tardes de caminhar tranquilo, contando os passos... Lembro de uma atividade política realizada pelo antigo PMDB, no mercado público de Patos, há cerca de 15 anos. Juraci Dantas acompanhava a comitiva de Zé Maranhão e Chica Motta e registrava tudo através de sua inseparável câmera fotográfica. Naquele tempo a fotografia ainda era analógica. Depois de disparar umas oitenta vezes, Maranhão virou para Francisca e perguntou: - Chica? Essa máquina de Juraci não troca o filme não? Juraci deu uma "gaitada" daquelas que só ele sabia dar e esticou a mão para o governador: - "Prazer em revê-lo". Jura é imortal. Sei que dele todos guardam uma lembrança. Disse-me alguém: "prazer em revê-lo; tristeza em perdê-lo". É isso mesmo.