MUNDO POLÍTICO.

O mundo e sua politicagem, homens engravatados que fingem saberem de tudo é que desejam mandar em todos. Emitindo ordens e criando leis das mais absurdas possíveis, odeiam quando são contrariados. Foi assim no passado, é assim no presente e será também no futuro.

Ideologias de direita, esquerda, isso pode, aquilo não, isso é bom para mim, ruim para você, enfim, o mundo e sua politicagem selvagem.

Eu queria ser simples como os passarinhos, voar livremente de árvore em árvore, ir até as nuvens e voltar, mas , sou um pássaro doente e minhas asas estão quebradas, minha vida é apenas observar do chão, deixar que a imaginação crie suas próprias asas.

No entanto, estou sendo dominado pelo cansaço do meu trabalho e da politicagem existente no mesmo.

Não muito depois de um demorado banho... Deitei-me no colchão que estava no chão do meu quarto, preferi ficar ali, jogado do que estar na minha cama. De onde eu estava, próximo a porta de vidro e ao lado da janela, por sinal aberta desde a manhã anterior, era possível ver as estrelas e ver o brilho do luar iluminando as nuvens. Os meus pensamentos passeavam soltos, desavisados e andarilhos, estrelas solitárias. Senti a brisa suave beijar-me a face, fechei os meus olhos por um momento tentando captar todas as emoções daquele pequeno instante.

Às horas correm em desatino, o tempo, que deveria de ser longo, parecia encurtar-se cada vez mais. Os meus olhos começam a ficar mais pesados de momento a momento, o cansaço de um dia inteiro de trabalho pensando em cada músculo do corpo, os braços muito doloridos, as costas ardendo. Lentamente a lua foi desaparecendo de meu campo de visão, apenas algumas estrelas desavisadas, pequenas dançarinas da noite.

Adormecendo, a janela continua aberta, e uma brisa gelada começa a soprar neste corpo cansado, isso me obriga a encolher-me no meu canto de solidão, enrolando-me em um fino cobertor....

Já rompia a madrugada quando eu acordei assustado com o barulho de motos e conversação vindo da rua. Levantei-me trôpego, olhei pela janela, não avistei mais ninguém, nem motos e nem barulhos, deitei- me novamente e voltei a dormir.

As horas são mesmo traiçoeiras.

Não muito depois o despertador rompeu às cinco horas, era a hora de levantar e ir trabalhar, mas, eu estou cansado demais, não vou me importar com nada, nem com hora, nem compromisso nem nada, a única coisa que me importa é o sono, nada mais... Perdoem-me amigos, vou deixar a politicagem para os políticos, não quero mais pensar em nada que me aborreça. Vou ser como os passarinhos nos galhos das árvores, pulando alegremente sem se importar.

É sempre assim, eu saio do trabalho mas o trabalho não quer sair de mim.

É sempre assim...

( A. L )

Alberto de Andrade Lispector. ( A.L )
Enviado por Tiago Macedo Pena em 13/06/2021
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