O JURUNAS QUE NÃO (vi)VI !
O JURUNAS QUE NÃO (vi)VI !
O leitor de 50-55 anos ou a leitora já na "terceira idade" (que ninguém sabe quando começa) estarão imaginando que falo daquele cacique engraçado que andava com um gravador a tiracolo, feito bolsa, porque não confiava nos políticos e autoridades da Brasília dos anos 70. Os generais se irritavam com sua presença, aquilo era um acinte para a "Revolução que não deu 1 tiro sequer" ! O índio -- vestido de "branco", para espanto de quase todos -- de tanto circular pelos Palácios e o Congresso findou deputado... coisas do povo, que acha de botar ingênuos palhaços, índios, costureiros e artistas no meio de ladrões, de patifes, ordinários de todo tipo, além de mentirosos e corruptos.
Pois não é desse "Jurunas", o MÁRIO, "aquele que...", você não está pensando que vou eternizar aqui aquela "pegadinha" infame, está ?! Pois o Jurunas é outro, um bairro "cheio de índios" em Belém... deixem-me explicar, antes de me baterem ! É a única cidade do país onde nossos índios receberam homenagem -- enquanto essa Política(lha) nojenta não muda isso -- e cada rua do simpático bairro foi "batizada" (e crismada) com o nome de gloriosa Tribo da "terra do pau-brasil".
Porém, antes de adentrar no bairro ainda adormecido, enfrentei meia dúzia "de índios" sem tacape nem cocar, lá pelas 5 de uma madrugada de 1983, na "extinta" Rodoviária, barracal imenso que cobria toda a entrada e fila de carros particulares "caindo aos pedaços", oferecendo "corrida" para a cidade inteira... os "indios" não queriam meu escalpo mas disputaram minha malona de uns 40 kg, quase 50 LPs de rock e meia dúzia de roupas. O mais afoito arrancou-a de minhas magras mãos famintas -- o farnel e o dinheiro "sumiram" lá pelas bandas de Goiás, dia e meio antes -- e levou a malona no ombro até o 5º ou 6º calhambeque. O resto da "tribo" fez um "paredão" ao meu redor, exigindo que eu fosse pegar de volta o "trambolho". Sem nada conhecer da região, dei uma resposta a la carioca:
-- "Êle que levou... êle que traga" !
(Hoje, 38 anos depois, eu não só iria como pediria desculpas a todos pelo transtorno.) O pessoal não quis esperar pelo "milagre" e ou 3 ou 4 deles foram ao táxi e "lhe deram umas bolachas" -- não, minha senhora, não falo de biscoitos -- pro sujeito deixar de ser abusado. Entrei no primeiro carro, "sem bandeirinha nem capelinha" (máquina de cobrar o percurso), eu sem dinheiro nenhum, contando com a esposa do irmão para pagar a viagem, na chegada à vilazinha no Jurunas.
Madrugada ainda, não vi os famosos bandidos do lugar, nem tiroteios, nem policiais feridos, jacarés nas ruas, índios nas praças, NADA... um bairro irreconhecível em 9 de dezembro de 1983 ! A corrida fez jus ao nome... o carro velho "criou asas" e as imagens da cidade eram iguais as que se vê num trem desembestado, meros "flashes", sombras coloridas. Creio que não levou 5 minutos !
Passaria eu uns 20 dias na casa do irmão rico, quebrando azulejos na cozinha... nas horas vagas circulava atrás de diversão, vôley, futebol, dominó, dama. Nem sombra de coisa nenhuma ! Futsal tinha num Clube próximo,São Domingos ou Imperial eu acho, mas o esporte não me agrada.
Vindo de um Morro onde os tiroteios eram pelo menos semanais, fiquei frustrado de não ver nenhum, nesse Jurunas tão sangrento e perigoso. Em 1981 meu irmão passara mês e meio ali, na ex-rua N. Sra da Conceição, que os políticos "trocaram" por um "Paulo não-sei-das-quantas" ! Chegando êle lá no Céu, Nossa Senhora protestou irritada com a desnecessária "sacanagem":
-- "Aquela cantora tem razão... só podias ser do Jurunas, "seu verme", tens cara de bandido" !
"NATO" AZEVEDO (em 9/junho 2021, 11hs)
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"UGA-UGA... POW-POW" !
I
Crimes, mortes, correria
com manchetes nos Jornais...
em Belém, periferia
parece nunca ter paz !
I I
Pesadelo ? Fantasia ?!
Exagêro ? Quem dá mais ?!
JURUNAS é alegria,
tradição e Carnavais !
I I I
Há na "história" do Passado
do Jurunas mal falado
tiros, facadas, cacete !
I V
É tanta a tristeza minha... a
única "índia" que tinha
foi morar lá nos "Estêites" !
"NATO" AZEVEDO
(9/jun. 2021, 13hs)
OBS: em alguns países foi
liberado o uso do "canabidiol"...
talvez isso explique algumas
declarações delirantes.