A TERRA É O INFERNO, MORADA DOS DEMÔNIOS ("Aqueles que repudiaram o seu demônio importunam-nos com os seus anjos." — (Henri Michaux)

Hoje, ao acordar, tive uma epifania sobre a natureza humana e o poder corruptor do dinheiro. Talvez tenha sido o café forte demais ou um sonho perturbador, mas algo me fez refletir profundamente sobre como o vil metal pode despertar o demônio que dorme dentro de cada um de nós.

Desde cedo na vida, ouvi sussurros sobre o dinheiro. Diziam que ele era capaz de comprar "amizades", criar inimizades e transformar a essência das pessoas. Achava que eram palavras vazias até experimentar pessoalmente suas artimanhas. Lembrei-me de uma história sobre um homem que decidiu testar a lealdade de seus amigos, espalhando rumores de que havia ganhado na loteria. De repente, seu telefone não parava de tocar e pessoas que mal lembravam seu nome apareciam em sua porta, prontas para "compartilhar sua alegria".

Caminhando pela rua, observei as pessoas ao meu redor. Quantas delas, pensei, mudariam completamente se eu me aproximasse e dissesse: "Ei, tenho um método infalível para ficar rico. Quer conhecer?" Imagino os olhos se arregalando, a respiração ficando mais rápida, a ganância tomando conta. É como se, ao tocar em uma grande quantia, nos transformássemos em versões distorcidas de nós mesmos.

A vida funciona de maneira irônica quando se trata de dinheiro. Se você tem muito e é generoso, corre o risco de morrer cedo, sufocado por "amigos" que são verdadeiros parasitas. Por outro lado, se for um sovina de sorte, pode viver muitos anos, mas que tipo de vida seria essa? Talvez o segredo esteja no meio-termo, como Sansão, que preservou sua vida enquanto escondia seu segredo. Às vezes, parece que a mentira é abençoada e a verdade, amaldiçoada.

Este mundo é realmente esquisito. Quantas vezes não vemos pessoas de caráter duvidoso chegando aos 80, 90 anos, enquanto almas bondosas partem cedo? O mal parece prosperar enquanto os virtuosos muitas vezes sofrem. Será que há justiça nisso tudo?

Saí para o quintal e sentei-me sob a sombra de uma árvore frondosa. E continuei pensando no mesmo tema. As folhas farfalhavam suavemente, lembrando-me do som de notas sendo contadas. A sombra era reconfortante, mas não pude deixar de notar as formigas marchando sob meus pés, como pequenos demônios trabalhadores. Essas pequenas criaturas me fizeram pensar nas ameaças sutis que o poder traz consigo.

Refletindo sobre o papel do dinheiro na sociedade contemporânea, vejo como ele se tornou uma moeda de poder tão poderosa quanto o conhecimento. Antigamente, ser sábio significava ser poderoso; hoje, o dinheiro abre portas que o intelecto nem sempre consegue. É como se todos estivéssemos em uma grande peça teatral, onde os papéis de anjo e demônio se alternam constantemente.

Em meio a essas reflexões, lembro-me das histórias religiosas que ouvi na infância. Os Anjos Caídos e suas descendências, os híbridos e reptilianos, todos se misturando em um mundo que, para alguns, é uma preparação para o além. É uma ideia intrigante, mesmo que pareça distante da realidade cotidiana.

Ao me levantar, sacudi algumas folhas que haviam caído sobre mim. Voltando para dentro de casa, resolvi que, a partir daquele dia, olharia para o dinheiro de forma diferente. Não como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta. Uma ferramenta que, usada com sabedoria, pode fazer o bem, mas que nas mãos erradas, pode despertar o pior em nós.

Concluo que, enquanto buscamos entender o papel do dinheiro e do poder, devemos lembrar que nossa verdadeira riqueza reside na nossa integridade e na nossa capacidade de resistir às tentações que o mundo material nos oferece. A sabedoria está em equilibrar as demandas do mundo exterior com a verdade interior, encontrando um caminho que honre nossos princípios e valores mais profundos.

E você, caro leitor, já parou para pensar no poder que o dinheiro exerce sobre sua vida? Talvez seja hora de fazer um exame de consciência e descobrir quem realmente está no controle: você ou suas posses? Pense nisso como um convite à introspecção sobre como escolhemos viver nossas vidas neste estranho e complexo mundo.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. O texto apresenta diversas reflexões sobre o poder do dinheiro na vida das pessoas. A partir dessas reflexões, quais são os principais perigos que o dinheiro pode representar para o ser humano?

2. O autor sugere que a busca desenfreada por riqueza pode levar à distorção do caráter e à perda de valores importantes. Com base em sua experiência pessoal ou em exemplos da sociedade atual, apresente situações que ilustrem essa afirmação.