Entendo o medo... porém... não me agrada o pânico.
Há alguns anos tive uma reação de pânico dentro de uma loja em minha cidade.
Vontade de chorar, não consegui sair de lá sozinha.
Liguei para o meu esposo e ele foi ao meu encontro após alguns minutos.
É uma cidade pequena, com vários pontos de estacionamento, então, embora eu não saiba precisar o tempo que fiquei esperando, sei que não foi tempo longo em demasia.
Eu estava vivendo com muitas preocupações por problemas de saúde da minha mãe e, por aqueles dias, incluí uma nova preocupação sobre uma onda de assaltos em nossa cidade.
Eu nem sei se eu estava com muito dinheiro... nem sei realmente se eu tinha alguns poucos trocados... mas acredito que não comprei nada pelas condições que lembro de ter ficado. Não sei se entrei na loja já por ter me sentido em pânico... Sei que meus pensamentos e sentimentos entraram num desequilíbrio bastante incomum.
Bom... esta experiência me deu a capacidade de analisar minhas condições humanas e buscar fugir de situações de perigo desnecessário.
Mais recentemente, com a função dessa pandemia, percebi o quanto a nossa mente tem o poder de nos aprisionar. E recordando minha experiência de outrora, hoje acho difícil diminuir a importância que o medo tem na vida das pessoas.
Hoje tenho mais segurança em meus passos, mas sei que o medo é algo importante no fim das contas, assim como o stress, que muitos veem apenas com maus olhos. Fazem com que tenhamos reações... a busca pela segurança e conforto surgem pelo mal-estar que o medo ou o stress nos causam...
Alguns medos, hoje sem sentido, eu já os abandonei, tive auxílio de alguns florais com uma psicóloga muito querida e ainda com a homeopatia com uma doutora muito querida também. Mas acima de tudo, devo acrescentar que a minha fé teve um papel fundamental nesta superação. A fé me fez sair do comodismo e buscar mais soluções para as minhas angústias e aflições.
Incluí a música... Incluí a busca pelo conhecimento não apenas na parte que me permitiria melhores pensamentos e sentimentos, como também, o que pudesse me trazer um pouco de compreensão sobre os motivos dos sofrimentos da humanidade.
Dei-me conta, que eu não poderia curar o mundo, mas que cada um já carrega a cura necessaria dentro de si. A cura está na boa-vontade e no amor, que nos faz corajosos, mesmo diante do perigo eminente.
Mas então hoje, peguei um comentário em uma publicação no Facebook, daqueles que nos fazem refletir sobre a imagem que estamos refletindo para as pessoas queridas... Nunca saberemos as nossas reações... Não nos conhecemos exatamente... Quanto mais vamos querer exigir que os outros adivinhem as preocupações que temos... ou as ideias... ou as vontades... os sonhos...
Se nada dissermos, tudo se perde...
Será que parece que não tenho medo? Tenho sim. Alguns ainda tenho, quando a dúvida chega-se para mim.
Mas não devo deixar que isso atrapalhe o meu caminhar ou me faça desistir da minha espontaneidade de ser quem eu sou.
Então... se venho a falar de medo... preciso também falar do consolo, e também posso dizer coragem, que a fé nos permite.
"Há o tempo certo para cada coisa..."
Isto é realmente certo!! Falemos disto que é de Eclesiastes 3.
O tempo da antiga aliança e o tempo da nova aliança... o tempo do antigo testamento e o tempo do novo testamento com a revelação sobre o grande amor que Deus sempre teve por nós, desde o princípio das nossas vidas.
O sofrimento existiu desde o princípio, mas porque não estávamos prontos para reconhecer esse amor, aceitá-lo implica na gratidão ao Nosso Criador.
Se somos gratos a um amigo?? Não teremos vontade de lhe agradar com um presente ou com alguma refeição diferente para demonstrar como é apreciada a sua amizade?
Da mesma forma... se somos gratos a Deus? Não teremos essa vontade de fazer algo para demonstrar como apreciamos as coisas que Ele tem feito por nós?
E se cremos n'Ele, sabendo que Ele é o autor das nossas vidas? Não deveríamos ter vontade de viver as nossas vidas conforme o que Ele determinou que teríamos condições de fazer?
Mas se Ele nos disse para amar ao próximo como a nós mesmos? Não seria estranho que nos desse um mandamento para o qual não tivéssemos a capacidade de obedecer?
E se Ele prometeu que teremos a vida eterna? Não seria importante que fizéssemos a cada dia o melhor por nós e pelos demais que surgissem em nosso caminho?
E se confiamos n'Ele, não seria prudente que deixássemos nossas vidas nas mãos d'Ele que nos criou?
Muitas palavras para corações arruinados...
Mas quando perdemos os sonhos da gente, é porque chegou a hora de deixar que os planos de Deus se cumpram em nossas vidas.
A tristeza veio nos visitar? Mas eis que Deus nos sustentou até aqui. É graças à misericórdia d'Ele que não somos consumidos.
Estamos fugindo de quem? D'Aquele em quem deveríamos confiar? E que nos prometeu vida eterna? Aquele que bem sabe o que preparou para os mal-feitores e enganadores? Não... essa pré - ocupação não nos auxilia quando vem acompanhada de revolta... Somente podemos lamentar os enganos e as perdas, e aguardar que mais pessoas também queiram se aproximar das vontades que Deus tem para as nossas vidas.
Não são vontades para a nossa tristeza ou revolta. Mas sim para que sejamos os portadores de uma mensagem consoladora que Ele tem para nós.
Nossa fé não é para confrontar os que tem medo. É para consolar a estes e a tantos outros que estão perdidos neste caminho.
Não é para que nos digam que estamos cegos, mas para que possamos dizer que agora sim nós podemos ver! Vemos a esperança! Vemos como é possível cumprir os 2 mandamentos que Jesus nos deu. Vemos que a lei está escrita na consciência de cada um... mas muitos preferem distrações ou outras opiniões...
Quando foi que a opinião de um artista famoso ou de uma emissora de tv se tornou mais importante do que a própria opinião? Quando foi que abrir mão da própria consciência se tornou a melhor opção para muita gente?
Mas a lei está lá! !
A lei de Deus escrita na consciência de cada ser humano.
Mas querem ouvir a consciência de outros... querem emprestar seus nomes para apoiar coisas que desconhecem o mal que há em suas origens?
Querem defender coisas que estão em desacordo com o que a própria consciência lhes grita para que não façam...
Querem apoiar leis e decretos humanos, quando as leis principais ficam no esquecimento?
Quando foi que as leis dos homens se tornaram mais importantes do que as leis de Deus?
Serão falhas as tentativas das emissoras ou de quaisquer outros que tentem nos convencer de que a consciência não deve ser ouvida...
Se eu confio em Deus, se confio nas promessas, não temerei mal algum.
Não busco atentar contra a minha vida, pois entendo o valor de cada vida que há neste mundo. Mas em cada dia eu vou continuar pedindo a proteção de Deus e irei confiar que Ele sabe o que é o melhor para mim e para a humanidade, para os bons e para os ruins que habitam neste mundo.
Em meio a todos estes questionamentos... pode ainda existir espaço para o medo?
As perguntas mentais que nos auxiliam aqui e ali...
Por enquanto é isso.