RELEMBRANDO O PASSADO
RELEMBRANDO O PASSADO
Bendita seja a evolução; foi essa resposta, que obtive de um vou imaginário realizado por um devaneio de meu pensamento. Domingo à tardinha, quando, após o meu banho rotineiro, me sentei num banco, defronte ao local onde trabalho há 41 anos.
Contemplando nossa praça principal. Desertificada por esta maldita pandemia, jamais imaginei vê-la tão vazia e solitária numa tarde de domingo. Enquanto o sol se escondia, dando espaço ao crepúsculo, que aos poucos puxava o manto da noite e a lua retardatária, um pouco amassada, por sua fase minguante não vinha. Pude então meditar um pouco, deixando meu pensamento voar pelas asas do tempo. Voltando ao passado. Por um momento embarquei no retrovisor da história e perdido no meio do nada, abri o baú das recordações puxei a gaveta das lembranças onde arquivei as paginas mais significativas, ilustradas pelas paisagens manuscrita e desenhada por as mãos calosas do caboclo sertanejo, personificado em mim.
Foram poucos momentos de olhos fechados, divagando,mas o suficiente, para que um filme projetado por minhas lembranças, passasse na tela de minha imaginação. Pude ver nele a simplicidade do passado; casinhas humildes mal projetadas de chão batidos. Paralelas à praça e as ruas, esburacadas pela erosão, ora barrentas, ora com sua volumosa poeira vermelha, moída pelos carros de bois.
Senti novamente as minhas primeiras fantasias, me arriscando aos primeiros flertes no tradicional fighting, da avenida principal, sulcada pelas ferragens das rodas do carro de boi.
As saudosas tardes de domingo e feriados religiosos. Agrupados separadamente as parelhas de meninos e meninas, se cruzando, naquele magnífico vai e vem. Quando a magia na troca de olhares, ou algumas frases ingênuas, dirigida entre os casais, nos tocavam o coração com o sentimento do amor.
--Ei de cá, fala; com de lá para mim!
-- Ei você ai de camisa vermelha!
-Ei você de laço azul!
Assim se Fazia a avenida, no dizer cultural daquela época. Única forma de fugir a vigilância acirrada dos pais, para uma aproximação entre adolescentes e jovens. Um momento mágico, que passava num estalar de dedos, sempre interrompido com a busca dos pais pelas filhas quando o manto da noite, a cobria com sua escuridão. Exceto nos dias de lua cheia, a qual,nos brindava espalhando seu mágico e romântico prateado no cenário de nossas mil fantasias, quando então nos era permitido alongar o tempo em nosso passeio!
E qual não foi minha surpresa ao abri os olhos, e voltar à realidade. Passei as mãos no rosto; enrugado e umedecido pelas lágrimas da saudade. Vi a praça florida, a igreja recém reformada e iluminada, refletindo seu brilho sobre as flores dos jardins que a cercam. As casas embora modestas, mas bem cuidadas. Um cenário lindo, com poucos transeuntes mantendo um distanciamento uns dos outros, cumprindo ordens de um inimigo que nasceu lá na chima. Bagunçou o mundo inteiro. E chegou até aqui tão distantes para nos atormentar.
FOTO (Arcervo pessoal)
RELEMBRANDO O PASSADO
Bendita seja a evolução; foi essa resposta, que obtive de um vou imaginário realizado por um devaneio de meu pensamento. Domingo à tardinha, quando, após o meu banho rotineiro, me sentei num banco, defronte ao local onde trabalho há 41 anos.
Contemplando nossa praça principal. Desertificada por esta maldita pandemia, jamais imaginei vê-la tão vazia e solitária numa tarde de domingo. Enquanto o sol se escondia, dando espaço ao crepúsculo, que aos poucos puxava o manto da noite e a lua retardatária, um pouco amassada, por sua fase minguante não vinha. Pude então meditar um pouco, deixando meu pensamento voar pelas asas do tempo. Voltando ao passado. Por um momento embarquei no retrovisor da história e perdido no meio do nada, abri o baú das recordações puxei a gaveta das lembranças onde arquivei as paginas mais significativas, ilustradas pelas paisagens manuscrita e desenhada por as mãos calosas do caboclo sertanejo, personificado em mim.
Foram poucos momentos de olhos fechados, divagando,mas o suficiente, para que um filme projetado por minhas lembranças, passasse na tela de minha imaginação. Pude ver nele a simplicidade do passado; casinhas humildes mal projetadas de chão batidos. Paralelas à praça e as ruas, esburacadas pela erosão, ora barrentas, ora com sua volumosa poeira vermelha, moída pelos carros de bois.
Senti novamente as minhas primeiras fantasias, me arriscando aos primeiros flertes no tradicional fighting, da avenida principal, sulcada pelas ferragens das rodas do carro de boi.
As saudosas tardes de domingo e feriados religiosos. Agrupados separadamente as parelhas de meninos e meninas, se cruzando, naquele magnífico vai e vem. Quando a magia na troca de olhares, ou algumas frases ingênuas, dirigida entre os casais, nos tocavam o coração com o sentimento do amor.
--Ei de cá, fala; com de lá para mim!
-- Ei você ai de camisa vermelha!
-Ei você de laço azul!
Assim se Fazia a avenida, no dizer cultural daquela época. Única forma de fugir a vigilância acirrada dos pais, para uma aproximação entre adolescentes e jovens. Um momento mágico, que passava num estalar de dedos, sempre interrompido com a busca dos pais pelas filhas quando o manto da noite, a cobria com sua escuridão. Exceto nos dias de lua cheia, a qual,nos brindava espalhando seu mágico e romântico prateado no cenário de nossas mil fantasias, quando então nos era permitido alongar o tempo em nosso passeio!
E qual não foi minha surpresa ao abri os olhos, e voltar à realidade. Passei as mãos no rosto; enrugado e umedecido pelas lágrimas da saudade. Vi a praça florida, a igreja recém reformada e iluminada, refletindo seu brilho sobre as flores dos jardins que a cercam. As casas embora modestas, mas bem cuidadas. Um cenário lindo, com poucos transeuntes mantendo um distanciamento uns dos outros, cumprindo ordens de um inimigo que nasceu lá na chima. Bagunçou o mundo inteiro. E chegou até aqui tão distantes para nos atormentar.
FOTO (Arcervo pessoal)