A ópera em italiano significa atualmente obra, em latim, plural de opus, trata-se de gênero artístico teatral consistente em drama encenado acompanhado de música. Combinam-se a música instrumental e o canto, havendo ou não diálogo falado.
O drama é apresentado usando os típicos elementos do teatro, assim como a cenografia, o vestuário e a atuação. A letra da ópera ou libreto é, normalmente, cantada em lugar de ser falada. Enfim, representa o casamento perfeito entre a música e o teatro.
Os cantores e seus respectivos personagens são classificados de acordo com seus timbres vocais. Podem ser baixo, baixo-barítono ou baixo-cantor, barítono, tenor e contratenor. Já as cantoras são contralto, mezzo-soprano e soprano. Cada uma destas classificações possui subdivisões, tal como, um barítono pode ser barítono lírico, barítono de caráter ou barítono bufo, os quais associam a voz do cantor ou cantora.
A primeira obra considerada ópera, é de 1594, em Floresça no final do Renascimento. É chamada "Dafne" escrita por Jacopo Peri e Ottavio Rinuccini, para um círculo elitista de humanistas florentinos, conhecido como a Camerata. Dafne foi uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla reaparição da antiguidade que caracterizou o Renascimento.
Um trabalho posterior de Peri e Rinuccini, Eurídice - escrita para as bodas de Henrique IV de França e Maria de Médici, em 1600 - é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade.
Destacamos que na Itália, há três cidades deram importantes contribuições para o desenvolvimento da ópera. Roma, por exemplo, aperfeiçoou os coros. Nápoles foi a capital do bel canto, ou seja, a arte de cantar e, Veneza foi a sede da música instrumental.
Veneza teve a escola considerada mais importante, onde surgiu o primeiro gênio da ópera, Claudio Monteverdi que tanto contribuiu com o crescimento do drama lírico com suas óperas L'Orfeo, L'Arianna, Il ritorno d' Ulisse in patria e L'incoronazione di Poppea.
Seu discípulo foi Francesco Cavalli que aperfeiçoou o estilo de Monteverdi, agrupando várias vozes em duetos, tercetos e quartetos e, colocando os coros em lugar de importância secundária. Cavalli introduziu também elementos cômicos.
Mais tarde, encontramos Giacomo Carissimi, de Roma, que se distinguiu nos oratórios. E, seu discípulo Antonio Cesti, introduziu na escola veneziana o estilo do oratório de Carissimi. E, só que o público já clamava pela forma de Cavalli, por isso se dividiu a ópera em Ópera-séria e Ópera-bufa.
Em Nápoles, Alessandro Stradella (1639-1682) empregou os métodos de Carissimi em suas obras, mas a grande importância da Escola Napolitana se deve à Alessandro Scarlatti (1660-1725), que conecta a severa escola do contraponto e a escola livre do bel canto. Com Scarlatti, a melodia adquire maior fluência e graça, e as árias tomam forma de recitativo. Scarlatti usou também a forma de Abertura.
Os seguidores de Scarlatti foram: Nicola Porpora (1686-1768); Francesco Durante (1684-1755), que teve ilustres pupilos, dentre eles: Nicola Logroscino (1698-1764), o inventor do concertante final, e Niccolò Piccinni (1728-1800), que desenvolveu ainda mais esta forma, durante o período de Gluck em Paris.
A ópera francesa rivalizando com a ópera italiana, foi fundada pelo compositor italiano Jean-Baptiste Lully, que monopolizou a ópera francesa desde 1672. As aberturas de Lully, seus recitativos disciplinados e fluídos e seus intermezzi estabeleceram um padrão que Gluck lutou por reformar quase um século depois. A ópera na França permaneceu, incluindo interlúdios de balé e uma elaborada maquinaria cenográfica.
A ópera francesa foi influenciada pelo bel canto de Rossini e outros compositores italianos. Os elementos da Grand Ópera francesa apareceram pela primeira vez nas obras Guillaume Tell, de Rossini, em 1829, e Robert le Diable, de Meyerbeer, em 1831. Caracteriza-se por ter decorações luxuosas e elaboradas, um grande coro, uma grande orquestra, balés obrigatórios e um número elevado de personagens.
O ápice da Grand Ópera na Itália se dá com Verdi, com Les vêpres siciliennes e Don Carlos, e na Alemanha, com o Rienzi, de Wagner.
Também a ópera alemã foi inspirada na italiana e se desenvolveu desde meados do século XVII. Desenvolveu-se desde meados da metade do século XVII uma tradição operística nos territórios de língua alemã. A primeira ópera de um compositor teutônico foi Dafne, de Heinrich Schütz, cuja partitura infelizmente não sobreviveu ao tempo.
Schütz conheceu a forma musical durante sua estadia na Itália entre 1609 e 1613. Apenas alguns anos após a estreia de Dafne, foi composta a primeira ópera de língua alemã que chegou até nós: Seelewig ou Das geistliche Waldgedicht oder Freudenspiel, genannt Seelewig (O poema espiritual da floresta ou peça alegre, intitulado Seelewig), de Sigmund Theophil Staden, a partir de um libreto de Georg Philipp Harsdürffer. Seelewig é uma obra alegórico-didática, inspirada na dramaturgia escolástica (Schuldrama) da Renascença alemã.
Pouco depois da Guerra dos Trinta Anos, os teatros de ópera estabeleceram-se também nos territórios de língua alemã como um ponto de encontro das classes sociais mais abastadas. Os príncipes e as casas reais exerceram um papel de vital importância neste processo, financiando a construção de teatros de corte e os seus artistas. Tais teatros eram em sua maioria também abertos ao público (ao menos à burguesia). Assim, em 1657, Munique inaugurou seu primeiro teatro de ópera; Dresden, em 1667.
Com a obra de Wolfgang Amadeus Mozart iniciou-se, a partir de meados de 1780, um longo desenvolvimento operístico alemão, que duraria até o fim do século XIX, e levaria a uma suplantação das obras italianas em favor das germânicas – ou de obras estrangeiras integralmente traduzidas em alemão - nos territórios de língua alemã.
Mozart alternou diversas óperas em língua italiana com óperas em língua alemã. A opera seria Idomeneo (1781), sua primeira obra-prima, foi escrita em italiano para o teatro de ópera de Munique. Após os Singspiele Bastien und Bastienne, Zaide e O Rapto do Serralho (Die Entführung aus dem Serail), Mozart estabeleceu com As Bodas de Fígaro (1786)[1] e, sobretudo, com Don Giovanni (1787), seu estilo peculiar, que aproximava elementos da opera seria e da opera buffa. As duas últimas obras-primas, assim como Così fan tutte (1790), foram escritas em italiano por Lorenzo da Ponte.
A Flauta Mágica (1791), escrita em alemão, reúne elementos da ópera tradicional, do Singspiel e do antigo teatro mágico de Viena, o qual utiliza efeitos de palco espetaculares e cuja ação dramática inclui elementos míticos. Daí vieram as ideias e símbolos da maçonaria - da qual Mozart era um membro.
Com Weber (1786-1826) inicia-se a ópera romântica alemã. Em Der Freischütz ele oferece ao povo alemão sua primeira ópera nacional. Outros representantes do romantismo operístico alemão foram Franz Schubert (Fierrabras), cujas óperas, por conta de seus libretos de baixa qualidade, foram praticamente esquecidas, e Robert Schumann, que nos legou apenas uma ópera (Genoveva).
Richard Wagner revolucionou de tal forma o romantismo operístico alemão que os seus predecessores foram quase que inteiramente esquecidos após ele. Ele obteve seu primeiro sucesso com Rienzi, que foi logo em seguida superado por O Navio Fantasma (Der fliegende Hollander).
Por conta de seu envolvimento com a Revoluções de 1848 em Dresden, Wagner precisou se exilar por muitos anos na Suíça. Seu amigo e, posteriormente, genro, o grande compositor Franz Liszt, promoveu a estreia de Lohengrin em Weimar, fazendo com que Wagner, apesar do exílio, continuasse a ser apresentado na Alemanha.
Com o patrocínio do jovem rei bávaro Luís II, Wagner pode concretizar o seu sonho de encenar a tetralogia "O Anel dos Nibelungos"[2] em um teatro especialmente construído para tal, o Bayreuther Festspielhaus, no qual, até hoje, apenas suas óperas são apresentadas.
O mais importante compositor de óperas alemãs após Wagner foi Richard Strauss. Suas duas primeiras obras, "Salomé" e "Elektra", são normalmente classificadas como romântico-tardias ou expressionistas. Algumas de suas óperas posteriores, especialmente "O Cavaleiro da Rosa" (Der Rosenkavalier), remetem, no entanto, a estilos anteriores.
Além das óperas mencionadas, destacam-se Ariadne em Naxos (Ariadne auf Naxos), "A Mulher sem Sombra" (Die Frau ohne Schatten), Die ägyptische Helena e Arabella, todas elas – assim como "Elektra" e "O Cavaleiro da Rosa" – tiveram o seu libreto escrito pelo poeta austríaco Hugo von Hofmannsthal. Entre as obras tardias de Strauss destaca-se ainda Die schweigsame Frau, com libreto de Stefan Zweig.
De uma forma geral, a ópera alemã tem a característica de abordar temas mitológicos e fantásticos, de intensa profundidade, mas que a rigor não poderiam ser classificadas como óperas cômicas ou trágicas, por não terem a ação trágica ou cômica como núcleo principal do drama.
É notável também a característica peculiar das óperas alemãs que tratam de histórias de amor, que, em grande parte dos casos, terminam em final feliz, sem serem necessariamente cômicas (ex.: Der Freischütz, de Weber; “A Flauta Mágica”[3], de Mozart; Der Rosenkavalier, de Richard Strauss).
Após as correntes minimalistas e atonais de vanguarda, a segunda metade do século XX presenciou um momento misto na composição operística. Por um lado, compositores como Philip Glass (Einstein on the Beach) seguiram um estilo minimalista, enquanto compositores como Samuel Barber e Francis Poulenc compuseram escritas puramente tonais.
No momento contemporâneo, os principais compositores de ópera são John Adams (Nixon in China), Tobias Picker, Jake Heggie, André Previn, Mark Adamo e Kaija Saariaho, entre outros. A produção operística continua intensa, embora poucas delas consigam se firmar no repertório das casas de ópera.
É desconhecido o momento exato quando se começou a cantar da ópera em Portugal, mas já antes de 1755 havia um teatro onde se executava em Lisboa e que fora destruído pelo terremoto. Foi, ainda na regência de Dom João, Príncipe do Brasil e, futuro Dom João VI, que se inaugurou, em 1793, o Teatro Nacional de São Carlos, com a ópera intitulada La ballerina amante, de Cimarosa.
Também o Teatro Nacional São João, no Porto, foi inaugurado durante a regência do Príncipe do Brasil, e foi palco de inúmeras óperas desde então. Foi no Porto que a célebre cantora lírica Luísa Todi viveu e trabalhou antes de seguir para Londres, onde alcançaria fama internacional. Luísa Todi era natural de Setúbal, terra também estreitamente ligada a ópera.
Depois de um declínio na atuação e assistência deste espetáculo musical em Portugal na sequência da revolução de 1974, hoje em dia a ópera está de novo em ascensão, com mais atuações, maior público e mais investimentos públicos e privados.
O principal palco de ópera português continua a ser o Teatro Nacional de S. Carlos, embora outras entidades e companhias apresentem, pontualmente, espetáculos nesta área (como sejam os casos do Teatro Aberto e da ACTA, por exemplo).
A ópera é uma forma de lazer presente no século XIX, tocada muito nos saraus que era um evento cultural ou musical realizado geralmente em casa particular, onde as pessoas se encontravam para se expressarem ou se manifestarem artisticamente.
A primeira ópera composta e estreada em solo brasileiro foi I due gemelli, de José Maurício Nunes Garcia, cujo texto se perdeu posteriormente. Porém, considera-se a primeira ópera genuinamente brasileira, com texto em português, "A Noite de São João", de Elias Álvares Lobo.
O compositor de óperas brasileiro mais famoso é, sem dúvida, Carlos Gomes. Embora tenha estreado boa parte de suas óperas na Itália e muitas delas com texto em italiano, Carlos Gomes frequentemente usava temáticas tipicamente brasileiras, como as óperas Il Guarany[4] e Lo Schiavo, sendo um nome bastante reconhecido em seu tempo, tanto no Brasil quanto na Itália. Também estreou as suas primeiras óperas no Rio de Janeiro, em português.
Outros compositores de ópera brasileiros notáveis foram Heitor Villa-Lobos, autor de óperas como Izaht e Aglaia, e Mozart Camargo Guarnieri, autor de “Um Homem Só”. Nos tempos atuais, a ópera brasileira continua sendo composta e tende a seguir as tendências da música de vanguarda, tais como Olga, de Jorge Antunes, A Tempestade, de Ronaldo Miranda, e O Cientista, de Silvio Barbato.
De grande importância temos também Elomar Figueira Mello, que compôs em 1983 "Auto da Catingueira", uma ópera em cinco movimentos, e ainda as "Árias Sertânicas", já em 1992, além de vários outros trabalhos, sempre com a temática, cenas e momentos envolvendo histórias de vida vividas ou passadas.
O compositor brasiliense João MacDowell tem obtido grande sucesso com encenações de sua ópera bilíngue Tamanduá, encenada em Nova York e New Jersey. A história conta a jornada de uma jornalista norte-americana no Brasil, envolvida em um triângulo amoroso, e contém elementos da religiosidade, como candomblé e pajelança.
A música mistura elementos contemporâneos e ritmos brasileiros. Há que se notar também o trabalho de Samuel Quinto, em especial a sua ópera Pascha Aeternam, adaptação de sua sinfonia nº1 em Lá Bemol Maior, com texto em Latim e Português que retrata a paixão de Cristo em quatro movimentos.
A ópera-buffa, também conhecida como commedia per musica ou divertimento giocoso, refere-se à versão italiana da opéra-comica.
A sua origem estava ligada a desenvolvimentos musicais e literários que ocorriam em Nápoles no início do séc. XVIII, de onde se espalhou para Roma e norte da Itália. Distingue-se da ópera-cômica (produzida mais tarde na França) onde o diálogo é falado. Na ópera cômica a ação não é sempre cômica, como exemplos: "Médée" e "Carmen"[5],[6] "Il barbiere di Siviglia"[7], de Rossini, é um exemplo de ópera-bufa.
A ópera-bufa era de caráter ligeiro e burlesco, mantendo grande parte do efeito dramático, mas frequentemente se convertia em vulgar e meramente comum. O diálogo por meio de recitativos, fora tarde modificado com a introdução de árias, duetos e corais. Este estilo de ópera tornou-se popular em Nápoles, onde dava aos cantores oportunidades para exibir suas técnicas vocais.
[1] A trama da ópera se passa em um único dia, o dia do casamento de Fígaro com Susanna. Ambos trabalham e vivem no castelo do Conde de Almaviva que tenta, de todo modo, seduzir a noiva de seu criado, antes do casamento.
No início do terceiro ato, Susanna promete encontrar o Conde à noite no jardim. A trama das Bodas de Fígaro, situada 30 anos depois da ação d'O Barbeiro de Sevilha, começa com os preparativos do casamento de Fígaro (serviçal do Conde de Almaviva) com a donzela Susana, que está ao serviço da condessa Rosina.
Fígaro fica ofendido quando Susana lhe conta que o Conde pretende exercer o direito de "pernada", direito ancestral que consistia em tomar o lugar do noivo na noite de núpcias, direito que era comum nos tempos medievais e exercido pelos nobres sobre as suas criadas.
Fígaro resolve então enganar o Conde. Começa por se apresentar no palácio com um grupo de camponeses, que homenageiam o Conde, atirando-lhe pétalas de flores aos pés, por este ter, alegadamente, eliminado o direito de "pernada". O Conde apercebe-se de que Fígaro está a tentar alguma artimanha e resolve enganá-lo também. Entretanto, a Condessa confessa a Susana que gostaria de recuperar a paixão do seu marido. Susana conta-lhe as insinuações do Conde relativamente a ela própria, assim como os ciúmes que o Conde tem da Condessa por causa dos amores que esta dedica ao seu criado Querubim. Fígaro urde o plano de enviar um aviso ao Conde, dizendo-lhe que a Condessa tem um amante com quem se reunirá no jardim nessa noite. Entretanto Querubim disfarça-se de Susana para, mais tarde, juntar-se ao Conde que, pensando ter Susana, julgará estar, ao mesmo tempo, a vingar a sua honra.
O Conde irrita-se por encontrar os aposentos da Condessa fechados à chave, enquanto esta e Susana disfarçam Querubim.
Segue-se uma cómica troca de pessoas que culmina com a revelação da Condessa que afirma que Querubim se encontrava fechado no seu toucador, mas, quando o Conde abre a porta, encontra Susana. A Condessa e Susana confessam ao Conde que a carta enviada por Fígaro é falsa, mas este continua a desconfiar de Querubim.
A data da boda estava a aproximar-se e o Conde, que também suspeitava da trama de Fígaro, diz a Susana que Fígaro deve dinheiro a Marcelina e que, portanto, terá que casar-se com esta. Susana quer entregar o dote que o Conde lhe deu para desobrigar Fígaro, mas o Conde lembra-lhe o direito de "pernada" implícito na promessa do dote.
Entretanto, no momento da decisão, uma tatuagem no braço de Fígaro identifica-o como o filho desaparecido de Marcelina e Bártolo, que lhe perdoam a dívida e abençoam o seu casamento com Susana. Com mais algumas peripécias cômicas, a peça termina com o casamento de Fígaro e Susana e com o Conde ajoelhado aos pés da Condessa, pedindo-lhe perdão e assegurando-lhe o seu amor.
No início do terceiro ato, Susanna promete encontrar o Conde à noite no jardim. A trama das Bodas de Fígaro, situada 30 anos depois da ação d'O Barbeiro de Sevilha, começa com os preparativos do casamento de Fígaro (serviçal do Conde de Almaviva) com a donzela Susana, que está ao serviço da condessa Rosina.
Fígaro fica ofendido quando Susana lhe conta que o Conde pretende exercer o direito de "pernada", direito ancestral que consistia em tomar o lugar do noivo na noite de núpcias, direito que era comum nos tempos medievais e exercido pelos nobres sobre as suas criadas.
Fígaro resolve então enganar o Conde. Começa por se apresentar no palácio com um grupo de camponeses, que homenageiam o Conde, atirando-lhe pétalas de flores aos pés, por este ter, alegadamente, eliminado o direito de "pernada". O Conde apercebe-se de que Fígaro está a tentar alguma artimanha e resolve enganá-lo também. Entretanto, a Condessa confessa a Susana que gostaria de recuperar a paixão do seu marido. Susana conta-lhe as insinuações do Conde relativamente a ela própria, assim como os ciúmes que o Conde tem da Condessa por causa dos amores que esta dedica ao seu criado Querubim. Fígaro urde o plano de enviar um aviso ao Conde, dizendo-lhe que a Condessa tem um amante com quem se reunirá no jardim nessa noite. Entretanto Querubim disfarça-se de Susana para, mais tarde, juntar-se ao Conde que, pensando ter Susana, julgará estar, ao mesmo tempo, a vingar a sua honra.
O Conde irrita-se por encontrar os aposentos da Condessa fechados à chave, enquanto esta e Susana disfarçam Querubim.
Segue-se uma cómica troca de pessoas que culmina com a revelação da Condessa que afirma que Querubim se encontrava fechado no seu toucador, mas, quando o Conde abre a porta, encontra Susana. A Condessa e Susana confessam ao Conde que a carta enviada por Fígaro é falsa, mas este continua a desconfiar de Querubim.
A data da boda estava a aproximar-se e o Conde, que também suspeitava da trama de Fígaro, diz a Susana que Fígaro deve dinheiro a Marcelina e que, portanto, terá que casar-se com esta. Susana quer entregar o dote que o Conde lhe deu para desobrigar Fígaro, mas o Conde lembra-lhe o direito de "pernada" implícito na promessa do dote.
Entretanto, no momento da decisão, uma tatuagem no braço de Fígaro identifica-o como o filho desaparecido de Marcelina e Bártolo, que lhe perdoam a dívida e abençoam o seu casamento com Susana. Com mais algumas peripécias cômicas, a peça termina com o casamento de Fígaro e Susana e com o Conde ajoelhado aos pés da Condessa, pedindo-lhe perdão e assegurando-lhe o seu amor.
[2] Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo) é um ciclo de quatro óperas épicas do compositor alemão Richard Wagner. Elas são adaptações dos personagens mitológicos das sagas nórdicas e do Nibelungenlied. Wagner escreveu o libreto e a música por cerca de vinte e seis anos, de 1848 a 1874.
Entretanto, ele não se dedicou exclusivamente a isso durante esse período. Os dramas musicais que compõem o ciclo do anel são, em ordem cronológica do enredo: Das Rheingold (O Ouro do Reno), Die Walküre (A Valquíria), Siegfried e Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses). Apesar de elas serem apresentadas como obras individuais, a intenção de Wagner era apresentá-las em série.
O Anel de Nibelungo é, na mitologia nórdica, um anel mágico que daria ao seu portador um grande poder e, posteriormente, uma grande maldição. Foi forjado por Alberich, senhor dos Nibelungos, o povo das neblinas, após roubar das náiades o ouro do Reno, o tesouro mais precioso do mundo, mergulhando no fundo do rio.
Entretanto, ele não se dedicou exclusivamente a isso durante esse período. Os dramas musicais que compõem o ciclo do anel são, em ordem cronológica do enredo: Das Rheingold (O Ouro do Reno), Die Walküre (A Valquíria), Siegfried e Götterdämmerung (O Crepúsculo dos Deuses). Apesar de elas serem apresentadas como obras individuais, a intenção de Wagner era apresentá-las em série.
O Anel de Nibelungo é, na mitologia nórdica, um anel mágico que daria ao seu portador um grande poder e, posteriormente, uma grande maldição. Foi forjado por Alberich, senhor dos Nibelungos, o povo das neblinas, após roubar das náiades o ouro do Reno, o tesouro mais precioso do mundo, mergulhando no fundo do rio.
[3] A Flauta Mágica (original em alemão Die Zauberflöte Loudspeaker.svg? [ˈdiː ˈt͡saʊ̯bɐˌfløːtə]) KV 620 é uma ópera (singspiel) em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart, com libreto alemão de Emanuel Schikaneder.
Estreou no Theater auf der Wieden em Viena, no dia 30 de setembro de 1791. Schikaneder era companheiro de loja maçônica de Mozart. À época, por influência da Revolução Francesa, a maçonaria adquiria simpatizantes ao mesmo tempo que era perseguida. A ópera mostra a filosofia do Iluminismo.
Algumas de suas árias tornaram-se muito conhecidas, como o dueto de Papageno e Papagena, e as duas árias da Rainha da Noite.
Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na ópera, por exemplo quando o valor de Tamino, protagonista da história, é questionado por ser um príncipe, e que por tal motivo talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo. Em sua defesa, Sarastro responde: "mais que um príncipe, é uma pessoa".
Nesse contexto, A Flauta Mágica apresenta-se como uma ópera de formação e como uma alegoria para as provações pelas quais o homem precisa passar para sair das trevas do pensamento medieval em direção da luz iluminista.
Assim, as principais personagens Tamino e Pamina enfrentam os obstáculos impostos pelos membros do Templo da Sabedoria para juntos, ao final da ópera, encontrarem a realização plena e a união ideal.
Estreou no Theater auf der Wieden em Viena, no dia 30 de setembro de 1791. Schikaneder era companheiro de loja maçônica de Mozart. À época, por influência da Revolução Francesa, a maçonaria adquiria simpatizantes ao mesmo tempo que era perseguida. A ópera mostra a filosofia do Iluminismo.
Algumas de suas árias tornaram-se muito conhecidas, como o dueto de Papageno e Papagena, e as duas árias da Rainha da Noite.
Os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa transparecem em vários momentos na ópera, por exemplo quando o valor de Tamino, protagonista da história, é questionado por ser um príncipe, e que por tal motivo talvez não conseguisse suportar as duras provas exigidas para entrar no templo. Em sua defesa, Sarastro responde: "mais que um príncipe, é uma pessoa".
Nesse contexto, A Flauta Mágica apresenta-se como uma ópera de formação e como uma alegoria para as provações pelas quais o homem precisa passar para sair das trevas do pensamento medieval em direção da luz iluminista.
Assim, as principais personagens Tamino e Pamina enfrentam os obstáculos impostos pelos membros do Templo da Sabedoria para juntos, ao final da ópera, encontrarem a realização plena e a união ideal.
[4] A ópera conta uma história de amor e o massacre dos índios Aymorés no Brasil Colônia. Cecília, filha de um rico senhor português, prometida em casamento com um patrício, se apaixona pelo índio Peri, líder da tribo Guarani, que corresponde de imediato ao amor da donzela. Il Guarany (em português, O Guarani) é uma ópera ballo em quatro atos composta por Antônio Carlos Gomes, baseada no romance de José de Alencar, O Guarani. Seu libreto, em italiano ao invés do português nativo de Carlos Gomes, foi escrito por Antonio Scalvini e Carlo D'Ormeville. A obra se destaca como a primeira ópera brasileira a ser aclamada fora do Brasil. As versões sobre o nascimento de sua famosa ópera “O Guarani” são muitas.
A mais recorrente diz que, certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: “Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!”. Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro. O resto é história: a noite de estreia da nova ópera foi em 19 de março de 1870, no Teatro Alla Scalla de Milão.
A mais recorrente diz que, certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: “Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!”. Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro. O resto é história: a noite de estreia da nova ópera foi em 19 de março de 1870, no Teatro Alla Scalla de Milão.
[5] Em Sevilla, na Espanha (séc. XIX), Carmen, uma cigana linda e fascinante, causa um alvoroço na fábrica de cigarros onde trabalhava e acaba sendo presa por Don José. Carmen, portanto, seduz o militar, prometendo amar Don José em troca de sua liberdade. O militar libera Carmen e acaba sendo preso por causa disso. Carmen é uma ópera francesa em 4 atos escrita por George Bizet (músico e compositor francês), tendo como libretistas: Henri Meilhac e Ludovic Halévy.
Essa ópera foi estreada em 1875, na Opéra-Comique em Paris. Bizet escreve Carmen baseada em uma novela homônima da época de Prosper Mériméed. Porém, os libretistas deram uma modificada nas personagens, mantendo Carmen como uma mulher livre e sedutora. A história da ópera se passa na Espanha e gira em torno de 4 personagens principais: • Carmen: cigana sedutora que trabalha em uma fábrica de cigarros e tem a liberdade como seu símbolo; • Don José: um soldado, obcecado por Carmen e noivo de Micaela; • Micaela: noiva de Don José que busca durante toda a ópera restaurar o juízo de seu noivo; • Escamillo: o toureador e novo amor de Carmen. Por mais conhecida que a ópera seja hoje em dia, sua estreia não foi um grande sucesso. A ópera foi considerada escandalosa, vulgar, imoral e inadequada para a sociedade da época.
Essa ópera foi estreada em 1875, na Opéra-Comique em Paris. Bizet escreve Carmen baseada em uma novela homônima da época de Prosper Mériméed. Porém, os libretistas deram uma modificada nas personagens, mantendo Carmen como uma mulher livre e sedutora. A história da ópera se passa na Espanha e gira em torno de 4 personagens principais: • Carmen: cigana sedutora que trabalha em uma fábrica de cigarros e tem a liberdade como seu símbolo; • Don José: um soldado, obcecado por Carmen e noivo de Micaela; • Micaela: noiva de Don José que busca durante toda a ópera restaurar o juízo de seu noivo; • Escamillo: o toureador e novo amor de Carmen. Por mais conhecida que a ópera seja hoje em dia, sua estreia não foi um grande sucesso. A ópera foi considerada escandalosa, vulgar, imoral e inadequada para a sociedade da época.
[6] Cena que foi considerada muito chocante pelos críticos foi a morte da própria Carmen no final da ópera. Claro que era comum ter mortes em óperas, inclusive de personagens femininas. Contudo, Carmen não morre como mártir (o que era comum nas óperas), mas sim assassinada por não poder ser quem ela é.
Vale notar que, até então, as óperas costumavam retratar as personagens femininas em função das masculinas. As mulheres comumentemente tinham papeis mais submissos, sendo aquelas donzelas indefesas que morriam por amor. Assim, Carmen quebra este paradigma sendo a protagonista da ópera e dona de seu próprio destino, capaz de fazer suas próprias escolhas. Aliás, essa é uma marca forte da personagem, pois é exatamente isso que ela prega para as outras pessoas na ópera: seja livre, tome suas próprias decisões.
Vale notar que, até então, as óperas costumavam retratar as personagens femininas em função das masculinas. As mulheres comumentemente tinham papeis mais submissos, sendo aquelas donzelas indefesas que morriam por amor. Assim, Carmen quebra este paradigma sendo a protagonista da ópera e dona de seu próprio destino, capaz de fazer suas próprias escolhas. Aliás, essa é uma marca forte da personagem, pois é exatamente isso que ela prega para as outras pessoas na ópera: seja livre, tome suas próprias decisões.
[7] O Barbeiro de Sevilha conta a história de Fígaro, um barbeiro que faz de tudo na sua cidade: arranja casamentos, ouve confissões e espalha boatos. Fígaro desta vez resolve ajudar o Conde Almaviva a conquistar a jovem Rosina, mas Almaviva não quer que ela saiba que ele é um conde. Uma ópera, "Il barbiere di Siviglia", baseada na mesma peça, já havia sido composta por Giovanni Paisiello, e outra ainda foi composta em 1796, por Nicolas Isouard. Embora a obra de Paisiello tenha feito sucesso por algum tempo, a versão de Rossini é a única a perdurar no repertório operático.
A ópera de Rossini segue a primeira das peças da "trilogia de Figaro" do dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, enquanto Mozart, em sua ópera "Le nozze di Figaro" (As bodas de Fígaro), composta 30 anos mais cedo, em 1786, baseou-se na segunda parte da trilogia.
A versão original de Beaumarchais foi encenada pela primeira vez em Paris no ano de 1775, na Comédie-Française, no Palácio das Tulherias. Rossini era célebre por seu ritmo rápido de composição, e toda a música do Barbiere di Siviglia foi completada em menos de três semanas.
A estreia da obra deu-se em 20 de fevereiro de 1816, e foi um fracasso retumbante: a plateia vaiou e gracejou durante todo o espetáculo, e diversos incidentes prejudiciais ocorreram no palco. Partidários de rivais de Rossini, infiltrados na plateia, incitaram muitas destas manifestações. A segunda performance teve um destino muito diferente, e fez com que a obra se tornasse um grande sucesso. A peça original teve um destino semelhante; odiada a princípio, tornou-se um sucesso depois de uma semana em cartaz.
A ópera de Rossini segue a primeira das peças da "trilogia de Figaro" do dramaturgo francês Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais, enquanto Mozart, em sua ópera "Le nozze di Figaro" (As bodas de Fígaro), composta 30 anos mais cedo, em 1786, baseou-se na segunda parte da trilogia.
A versão original de Beaumarchais foi encenada pela primeira vez em Paris no ano de 1775, na Comédie-Française, no Palácio das Tulherias. Rossini era célebre por seu ritmo rápido de composição, e toda a música do Barbiere di Siviglia foi completada em menos de três semanas.
A estreia da obra deu-se em 20 de fevereiro de 1816, e foi um fracasso retumbante: a plateia vaiou e gracejou durante todo o espetáculo, e diversos incidentes prejudiciais ocorreram no palco. Partidários de rivais de Rossini, infiltrados na plateia, incitaram muitas destas manifestações. A segunda performance teve um destino muito diferente, e fez com que a obra se tornasse um grande sucesso. A peça original teve um destino semelhante; odiada a princípio, tornou-se um sucesso depois de uma semana em cartaz.