Trata-se de um gênero de transição, exatamente situado entre o conto e o romance e apresenta certas características quanto à estrutura e o conteúdo da narrativa.
Em literatura os textos são classificados conforme suas qualidades formais, obedecendo, portanto, aos critérios semânticos, sintáticos, fonológicos e contextuais, bem como outros critérios que sirvam para melhor categorizar e, podem tornar-se flexíveis a distinção entre os gêneros literários.
Há três grupos de gênero literário, a saber: o narrativo, o lírico e o dramático e, assim foram definidos por Aristóteles e Platão, o que possibilitou a sistematização dos textos conforme suas características, o que é facilitador no estudo de literatura.
A grande confusão que é a classificação da novela existe em razão dos diversos pontos comuns existentes entre a novela, o conto e o romance. A novela é narração em prosa menor que o romance, porém, maior do que o conto.
A pluralidade dramática é bem peculiar na novela, sendo o contrário do que acontece no conto, pois há vários enredos ao longo da narrativa, que podem estabelecer conexões entre si.
A sucessividade é percebido pelo enredo sequencial, apesar que pode ser alterado ao longo da narrativa. O tempo na novela é histórico, pois é determinado pelo calendário e pelo relógio. E, o espaço e o tempo são definidos pela pluralidade dramática, pois as ações dos personagens são responsáveis por levá-los para diferentes ambientes.
A linguagem depende das circunstâncias históricas da narrativa, poderá ser na atualidade, na Idade Média e abriga os hábitos culturais contemporâneos de certo local.
Na novela não vige limites de personagens e, ao longo da trama, poderão surgir mais ou desaparecer alguns tudo em prol do fio narrativo.
O enredo da novela é menor e mais acelerado o ritmo do que o romance. As ações dos personagens são essenciais para a narrativa, por isso, o texto que pode ser facilmente adaptado para teledramatização ou radiodramatização.
A telenovela[1], por sua vez, é uma história de ficção, desenvolvida na televisão, na qual atores e atrizes desenvolvem os papéis de personagens. É dividida em capítulos ou episódios, sendo exibidos em um número médio de 100 (cem) capítulos. Algumas vezes, as telenovelas são resultantes de adaptações de romances e novelas. Entretanto, não se pode confundir novela literária com telenovela, mesmo que a telenovela seja chamada, costumeiramente, de novela.
No Brasil, a novela fincou lugar na literatura pátria e, textos como "O alienista[2]", de Machado de Assis, “O exército de um homem só”[3], de Moacyr Scliar e, Vidas Secas” de Graciliano Ramos, são exemplos de novelas na língua portuguesa.
Existe, ainda, outro critério, embora arbitrário, que acredita que as narrativas desenvolvidas em um limiar de cem a duzentas páginas ou laudas possam ser classificadas como uma novela, observadas as semelhanças entre o conto e o romance.
Em nosso país, há a imediata associação a novela às telenovelas, um gênero muito popular entre os brasileiros. A dita associação não está absolutamente incorreta, principalmente, em razão da imprecisão da definição das margens do gênero literário.
O foco narrativo da novela revela a linearidade da novela pois depende de um autor onisciente, pois o novelista é aquele que sabe de todos os aspectos da narrativa, inclusive aspectos psicológicos de suas personagens.
No Brasil, são considerados novelas os livros “O alienista”, de Machado de Assis, “A morte e a morte de Quincas Berro D'água[4]”, de Jorge Amado, “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, entre outras narrativas cujos enredos desenvolvem-se em um limiar de cem a duzentas páginas.
O significado da novela começa na etimologia da palavra que nasceu do latim novellus, a um, adjetivo diminutivo do substantivo novus, a um, o qual significa novo, jovem; o adjetivo novellus passou significar muitas coisas, desde de chiste e gracejo até os sentidos de enredo e narrativa enovelada.
Em nosso idioma, a palavra novela derivou do italiano novella, significando o relato, comunicação, notícia, novidade. E, a nosso ver, a análise da estrutura novelesca que abarca tanto a novidade como a presença do enovelamento do enredo.
Basicamente as novelas se dividem em cinco tipos, a saber: de cavalaria, sentimentais ou bucólicas, picarescas, históricas e policiais ou de mistérios. Tal classificação só obedece a um critério temático.
As de cavalaria originaram-se no século XII, na França, a partir da prosificação das canções de gesta; seu tema são os feitos guerreiros e os valores como coragem, verdade e lealdade dos heróis reproduzem a visão de mundo da nobreza feudal.
Por volta do século XVII, entra em decadência esse tipo de narrativa, que vai sendo pouco a pouco substituída pelas novelas sentimentais e bucólicas. Os temas agora são a descrição da natureza e a narração de idílios entre pastores. Ressalta-se o lado sentimental, em detrimento dos antigos valores cavaleirescos; esteve no auge durante o século XVIII, com a voga neoclássica proporcionada pelo ócio burguês.
As novelas picarescas, por sua vez, advêm de pícaro[5], uma criatura de vida irregular, vadia, tendo sucessivos patrões e sobrevivendo através de expedientes auspiciosos e inescrupulosos para sacia sua fome e, enfim, narra suas peripécias. O mais recente tipo de novela é a policial ou de mistério, muito em voga até os presentes dias.
 Na língua portuguesa, algumas das obras mais conhecidas tanto recentes quanto do passado são:
O alienista, de Machado de Assis;
A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado;
Vidas secas, de Graciliano Ramos;
O exército de um homem só, de Moacyr Scliar;
A hora da estrela[6], de Clarice Lispector;
A festa no castelo, de Moacyr Scliar;
Manhã Transfigurada, de Luiz Antonio de Assis Brasil;
Um copo de Cólera, de Raduan Nassar;
O Conto da Ilha Desconhecida[7], de José Saramago;
Longe da Água, de Michel Laub.
 
O britânico Charles Dickens foi um dos escritores que mais dominou o gênero, publicando suas principais obras no formato folhetim, alcançando pessoas em todo o mundo com versões traduzidas de sua obra ainda em vida, algo tão comum hoje em dia que era extremamente raro em épocas passadas.
Os títulos mais conhecidos dentro do gênero novela entre clássicos e obras recentes são:
Bartleby, o Escriturário, de Herman Melville;
O Fantasma da Ópera[8], de Gaston Leroux;
A Fera na Selva, de Henry James;
Crônica de uma morte anunciada[9], de Gabriel Garcia Marquez;
A Morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói;
A Dócil, de Fiódor Dostoiévski;
Morte em Veneza, de Thomas Mann;
A guerra dos mundos, de H. G. Wells;
O médico e o monstro[10], de Robert Louis Stevenson;
Um conto de natal[11], de Charles Dickens;
Grandes esperanças[12], de Charles Dickens.
 
 

[1] Uma das mais famosas telenovelas foi Anjo Mau, de 1976 acompanha a vida de uma jovem ambiciosa e insatisfeita com sua vida de baixa renda. Ela consegue um emprego como babá de uma família rica e seduz o irmão de seu patrão para se tornar dona da mansão. Ninguém percebe seu plano maligno, pois ela finge ser uma menina doce e inocente.
Com um total de 175 episódios, Anjo Mau foi ao ar entre fevereiro e agosto de 1976, ainda em preto e branco. Mais de 20 países compraram os direitos da novela, incluindo França, Nicarágua e Rússia. Uma fonte não oficial afirma que o último episódio atingiu 90% da audiência total no horário de exibição.
[2] Após conquistar respeito em sua carreira de médico na Europa e no Brasil, o Dr. Simão Bacamarte retorna à sua terra-natal, Itaguaí, para se dedicar ainda mais a sua profissão. Após um tempo na cidade, casa-se com a já viúva Dona Evarista, uma mulher por volta de vinte e cinco anos de idade e que não era nem bonita, nem simpática.
O médico a escolheu por julgá-la capaz de lhe gerar bons filhos, mas ela acaba não tendo nenhum sequer. Em torno da figura quase mítica do Dr. Bacamarte, que segue com rigidez e frieza suas teorias científicas, Machado de Assis dispõe outras personagens ricas em detalhes.
[3] O capitão Birobidjan, como ele se autodenominava, era desde sua infância e adolescência um garoto rebelde, que em toda sua vida deu desgosto para seus pais. O livro, com sua forma diferente de escrita, com o tempo cronológico incerto, faz uma confusão na mente do leitor até chegar ao final, que dá sentido à tudo que foi contado sobre a vida de Mayer, e o leitor passa a entender porque tudo aquilo acontece com o personagem. Com citações de outras obras e períodos de guerra, o livro se tornou mais cativante, e com o passar das páginas, mais interessante a cada ano a vida de Mayer retratada.
O livro relata a saga de Mayer Guinzburg, um judeu que chegou a Porto Alegre ainda menino, vindo da Rússia. Ele se transforma em Capitão Birobidjan, uma espécie de Don Quixote do bairro do Bom Fim, em Porto Alegre, e tenta construir Nova Birobidjan, uma utopia socialista inspirada na histórica cidade russa de Birobidjan, apesar de tudo e de todos que se opõem a ele, incluindo seu pai, que o queria rabino. O livro é baseado na história do militante anarquista Henrique Scliar, que foi tio do autor. É contado em terceira pessoa e cada capítulo remete a um ano ou conjunto de anos. O primeiro e o último é 1970, mas recua para 1916, 1928, 1929, 1930, até voltar para 1970.
[4] É uma novela do escritor brasileiro Jorge Amado, membro da Academia Brasileira de Letras, publicada pela primeira vez em junho de 1959, na revista Senhor, com ilustrações de Glauco Rodrigues. O livro conta a história de Joaquim Soares da Cunha, respeitável cidadão casado e com filhos, que leva uma vida pacata de funcionário público. Um dia, porém, o personagem resolve mudar seu destino, e assim, abandona a família para viver como um vagabundo, entregando-se aos vícios mundanos, especialmente a bebida, quando recebe o apelido de Quincas Berro D'água. Recebe o apelido de "Berro D'água" por um dia estar em um boteco, a Venda do López, e quando vai beber algo que pensa ser cachaça, assusta-se e berra para o Mercado todo ouvir, dizendo em alto e bom tom "Ááááááguuuua!". As pessoas junto dele em um primeiro momento assustam-se, mas depois caem na gargalhada e passam a chamá-lo não apenas de Quincas, mas sim, Quincas Berro D'água.
[5] Pícaro traduz uma personagem-tipo dos romances e novelas dos séculos XVII e XVIII, surgidos na Espanha, com características daquilo que hoje chama-se malandragem. Macunaíma, Sancho Pança, Sargento de Milícias são exemplos de um pícaro. Embora este tipo de personagem esteja presente em algumas obras da Antiguidade, como o Satiricon, de Petrônio, foi a partir da obra El Lazarillo de Tormes, publicado na Antuérpia e na Espanha em 1554, que surge, sendo considerado o primeiro personagem com estas características hipócritas. De Sancho Pança, de Miguel de Cervantes, ao Tartufo, de Molière, passando pelo Cândido, de Voltaire, inúmeros personagens retratam a figura típica e caricatural do pícaro.
[6] Macabéa, uma nordestina de dezenove anos, órfã de pai, mãe e da tia que a criou, vai para São Paulo ser datilógrafa. Ela mora em uma pensão e tem uma vida sem muitas emoções, pois é indiferente a elas. Conhece Olímpico de Jesus e os dois começam a namorar. Porém, a relação não se sustenta e Olímpico acaba trocando Macabéa por Glória, colega de trabalho da ex-namorada, que, por recomendação de sua cartomante, rouba o namorado de Macabéa. A história é narrada por Rodrigo S.M. (narrador-personagem), um escritor à espera da morte. Ele é uma das peças-chave do livro.
Ao longo da obra ele reflete os seus sentimentos e os de Macabéa, a protagonista da obra. Nordestina órfã de pai e mãe, e criada por uma tia que a maltratava muito, Macabéa é uma alagoana pobre de 19 anos que possui um corpo franzino e só come cachorro quente. Além disso, ela é feia, virgem, tímida, solitária, ignorante, alienada e de poucas palavras.
[7] Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas.
Este pequeno conto de José Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro.
Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a ideia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou. [...]
[8] O Fantasma, em seu esconderijo em baixo de uma casa de ópera em Paris, no Século 19, planeja uma forma de se aproximar da vocalista Christine Daae. Ele, usando uma máscara para esconder um defeito congênito, consegue os papéis principais para a estrela, mas ela se apaixona pelo benfeitor das artes, Raoul. Apavorado com a ideia de sua ausência, o Fantasma cria um plano para manter Christine ao seu lado, enquanto Raoul tenta derrubar o esquema.
O Fantasma da Ópera (no original em francês Le Fantôme de l'Opéra) é um romance francês de ficção gótica, escrito por Gaston Leroux. Foi publicado pela primeira vez como uma serialização em Le Gaulois de 23 de setembro de 1909 a 8 de janeiro de 1910 e em forma de volume, em abril de 1910 por Pierre Lafitte. A novela é parcialmente inspirada em fatos históricos da Ópera de Paris durante o século XIX e um conto apócrifo relativo à utilização de esqueleto de um músico famoso.
[9] Com um texto curto e direto como um relato jornalístico que explora a fala de diversas personagens, García Márquez constrói essa crônica absurda sobre a fatalidade que abarcou o protagonista e a reação de toda essa sociedade à notícia antecipada. Crônica de uma morte anunciada ainda guarda certo mistério, mesmo depois de toda a reconstituição feita pelo narrador que parece ser o único, ou um dos poucos, que não ouviram falar do boato da morte antes dela acontecer. Apesar da tragédia e do crime horrendo, o livro contém um certo humor impregnado nas falas das pessoas que viram Nasar ou ouviram o anúncio de sua morte, como se a história não fosse uma tragédia, mas um acontecimento curioso que movimentou a pequena cidade colombiana durante um tempo, e assim permanece como um caso interessante para contar de vez enquanto.
[10] O Dr. Jekyll faz experiências com a natureza humana e acredita que o lado bom e ruim de cada personalidade pode ser alterado quimicamente. Ao testar um soro em si mesmo, ele liberta o seu cruel alterego, o Sr. Hyde, e faz da jovem Ivy a sua vítima. Nas sombrias ruas de Londres, um criminoso sem escrúpulos espreita. Seu nome é sr. Hyde, e sua conexão íntima e injustificada com um respeitável médico da vizinhança, o dr. Jekyll, é motivo de suspeita.
Publicado pela primeira vez em 1886, esta instigante novela é um clássico do autor escocês Robert Louis Stevenson que inspirou desde Vladimir Nabokov e Jorge Luis Borges até Stan Lee A nova edição da Antofágica conta com 60 ilustrações de Adão Iturrusgarai, que também escreve um texto ao final da obra. A apresentação é do escritor best-seller Raphael Montes e posfácios de Rodrigo Lacerda e Cláudia Fusco.
[11] Um conto de Natal conta a história de Scrooge, um senhor avarento, ranzinza, que não suporta o Natal e nem faz questão de ser uma pessoa agradável com quem passa pelo seu caminho. ... O Fantasma do Natal Passado leva Scrooge para revisitar alguns momentos de seu passado e, com isso, pessoas que eram importantes para ele. Na história, somos apresentados ao velho Ebenezer Scrooge, um homem de negócios egoísta e avarento.
Na véspera de Natal (data que ele despreza), Scrooge recebe a visita do fantasma de seu falecido sócio, Jacob Marley, que avisa ao antigo amigo que outras três assombrações aparecerão para ele: o Espírito dos Natais Passados, o Espírito do Natal Presente e o Espírito dos Natais Futuros. Segundo Marley, esses três fantasmas são a única esperança para Scrooge escapar do terrível destino que está reservado para ele.
[12] É a história de Pip – um órfão vivendo no campo na pobreza. Ele mora com a irmã e o marido dela, Joe, que é ferreiro e seu melhor amigo. Um menino assustado que vive jogado aos cantos, Pip gosta de passear pelo cemitério local e ler o que entende das frases nos túmulos (sua alfabetização não é das melhores). Na véspera do Natal de 1812, enquanto faz seu mórbido passeio, Pip encontra um preso que fugiu do navio carcerário (os presos eram levados para a colônia penal na Austrália).
O preso ameaça o menino para convencê-lo a trazer algo para comer. Pip rouba alguns itens de casa e entrega-os ao condenado que logo é preso novamente após se envolver em uma briga com outro preso que também havia fugido. Pip segue sua vida normalmente, com os abusos da irmã e a ajuda de Joe, quando recebe um convite anormal: a Sra. Havisham – uma mulher rica que vivia reclusa em sua mansão na cidade – o chama para uma visita para brincar.
Na mansão, Pip vai conhecer um mundo diferente: uma casa cheia de tudo o que ele não conhecia. Mas isso também vem com um preço: a Sra. Havisham e sua filha adotiva, a linda Estela, têm uma noção de pobreza diferente. Elas o enxergam como inferior – ou é como ele se sente já que todo o livro é narrado por ele em primeira pessoa. Ele sai da casa arrasado e achando que sua vida é ruim mas compromete-se a voltar na semana seguinte. Mais porque está encantado com Estela do que qualquer outra coisa.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 01/06/2021
Código do texto: T7269409
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