Os Pais do Patriarcado:
Padres monarquistas e Padres republicanos.
É sabido que no período Imperial no Brasil a Igreja Católica era patrocinada pela Monarquia Brasileira. Ocorrida a proclamação da república isto pouco se alterou. O atavismo do brasileiro estava assentado na religiosidade dominante. A hierarquia eclesiástica, vista como funcionários do governo, era assim como a hierarquia militar, proposto pelo Positivismo de Comte. Instrumentos do Catolicismo, funcionários públicos controladores na monarquia ou párocos na república oligárquica. Nasciam assim o pavor ao “comunismo”.
Fiéis Beatas e Esposas de Jesus estavam ali para prepararem as novas gerações. Cantavam o catecismo. Meninas fantasiavam-se de anjinhos e meninos de pequenos príncipes. Súditos tornaram-se cidadãos. As famílias devotas eram aquelas que tinham as suas Marias, Josés, Geraldos, Jões, Conceções, Consolações... os nomes se repetiam. Ah, e esta representação acontecia também nas igrejas, claro. Coroações, presépios, batismos... Tudo partia da extrema necessidade social inerente do humano: ver e ser visto.
E foi assim que ele, o Paulo, casado com Maria, a Fia do Velão, ousou quebrar o costume, a tradição. Bom leitor e ouvinte de estações rádio ele quis se transportou além de sua brejeirice. O primeiro filho não seria Maria e nem Joana. Seria um nome extraído de suas leituras.
O segundo teria o nome daquele radialista diário: Lamartine, Lalá. Mas a Fia cheia de preconceitos e mulher talhada no patriarcado disse não. “Não! Meu filho não terá nome de mariquinha”. “Espia só a voz deste homem”, referia-se à voz do fenômeno do rádio... “Ah, um homem que tem voz assim e fala deste jeito só pode ser maricas!”. E o menino não recebeu nome dos “santos”, mas levou a graça do pai com o fim de solucionar o histerismo das mães. Nasceram outros e outras e a tendência foi segundo a leitura e gosto do pai. Até que chegou o período pós guerra. E de tanto ler e ouvir o gosto do marido caiu naquele nome vindo de tão longe das “Rússias” que movia o mundo.
Pronto! “Nome de comunista em minha paróquia não!” Bradou o padre local. E foi assim que em vez de Lênine, o menino recebeu o nome de Lenínio. Mas como carinho ou dificuldade de pronúncia o menino foi chamado de Lenin, Leninho ou Lênio.
E assim caminha a humanidade nesta constante luta quando um simples nome de criança se torna disputa ideológica. Fico aqui imaginando se fosse hoje nestes dias que vivemos. Certamente haveria um histérico grito:
“Vá pra Cuba!”.
Dá vontade é de voltar é para a em”CUBA”deira” (abusando da liberdade poética).
Padres monarquistas e Padres republicanos.
É sabido que no período Imperial no Brasil a Igreja Católica era patrocinada pela Monarquia Brasileira. Ocorrida a proclamação da república isto pouco se alterou. O atavismo do brasileiro estava assentado na religiosidade dominante. A hierarquia eclesiástica, vista como funcionários do governo, era assim como a hierarquia militar, proposto pelo Positivismo de Comte. Instrumentos do Catolicismo, funcionários públicos controladores na monarquia ou párocos na república oligárquica. Nasciam assim o pavor ao “comunismo”.
Fiéis Beatas e Esposas de Jesus estavam ali para prepararem as novas gerações. Cantavam o catecismo. Meninas fantasiavam-se de anjinhos e meninos de pequenos príncipes. Súditos tornaram-se cidadãos. As famílias devotas eram aquelas que tinham as suas Marias, Josés, Geraldos, Jões, Conceções, Consolações... os nomes se repetiam. Ah, e esta representação acontecia também nas igrejas, claro. Coroações, presépios, batismos... Tudo partia da extrema necessidade social inerente do humano: ver e ser visto.
E foi assim que ele, o Paulo, casado com Maria, a Fia do Velão, ousou quebrar o costume, a tradição. Bom leitor e ouvinte de estações rádio ele quis se transportou além de sua brejeirice. O primeiro filho não seria Maria e nem Joana. Seria um nome extraído de suas leituras.
O segundo teria o nome daquele radialista diário: Lamartine, Lalá. Mas a Fia cheia de preconceitos e mulher talhada no patriarcado disse não. “Não! Meu filho não terá nome de mariquinha”. “Espia só a voz deste homem”, referia-se à voz do fenômeno do rádio... “Ah, um homem que tem voz assim e fala deste jeito só pode ser maricas!”. E o menino não recebeu nome dos “santos”, mas levou a graça do pai com o fim de solucionar o histerismo das mães. Nasceram outros e outras e a tendência foi segundo a leitura e gosto do pai. Até que chegou o período pós guerra. E de tanto ler e ouvir o gosto do marido caiu naquele nome vindo de tão longe das “Rússias” que movia o mundo.
Pronto! “Nome de comunista em minha paróquia não!” Bradou o padre local. E foi assim que em vez de Lênine, o menino recebeu o nome de Lenínio. Mas como carinho ou dificuldade de pronúncia o menino foi chamado de Lenin, Leninho ou Lênio.
E assim caminha a humanidade nesta constante luta quando um simples nome de criança se torna disputa ideológica. Fico aqui imaginando se fosse hoje nestes dias que vivemos. Certamente haveria um histérico grito:
“Vá pra Cuba!”.
Dá vontade é de voltar é para a em”CUBA”deira” (abusando da liberdade poética).
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 29/05/2021
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de 19 de Fevereiro de 1998.
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