Olho e Trave
SEMPRE que faço uma crítica mais radical, ácida, dura, eu me lembro de um saudoso amigo que gostava de repetir uma advertência que, salvo engano, é do Evangelho de Mateus: "E por que reparar tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?". Não esqueço esse trecho bíblico. Sim, porque somos humanos e, portanto, sujeitos a cometer injustiças. Mas, mesmo sendo quase missão impossível não cometer esses deslizes, precisamos pelo menos nos precavermos para evitar cometer excessos que podem trazer prejuízos irreversíveis à nossa imagem e, sobretudo, a dos outros.
Cometo, cometo excessos, mas sempre procuro ser justo nas minhas observações. Mesmo sendo passional sofro quando radicalizo e vou longe demais nas minhas críticas. Sei que o homem não pode abrir mão das suas ideias e opiniões.Tem que se posicionar. Mas pode procurar fazer isso sem descambar para o insulto e muito menos acusações levianas e, não raro, falsas. Dói muito o remorso por ter sido injusto.
No mais, cada um tem sua consciência e é dono de sua vida, mas não custa tentar ser justo. É bom lembrar o que disse o escritor russo, Gogol: "O ser humano é sábio, inteligente e sensato em tudo o que se refere aos outros, mas não a ele próprio". Inté.