Visitando a sapiência do longevo.

Na trilha para explorar o conceito do envelhecimento poderia se poetizar sobre cada uma das fases, mergulhar nas entranhas do que se alimenta a equivocada expectativa de uma vida cansada, de um ultimato. A fase idosa da vida, é para além do índice alto de maturidade, uma fase desperta, sábia, conhecedora de horizontes.

Perceba que um idoso autoconsciente tanto em quesitos cognitivos como de autoconhecimento, abomina uma vida sem vitalidade, sem troca, sem mais expectativas. “Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos.” disse Clarice Lispector. Percorrer um trajeto é vivenciar com entrega sua fase vitalícia. E a somatória das experiências será sempre um impulso positivo ou negativo, que acrescentam ou reduzem certos comportamentos. Nesse sentido, a arte do “aprender”, é uma constante na vida da pessoa idosa. Não se deixa de aprender nem um dia sequer. Se aprende ao ensinar sobre uma receita antiga e saborosa. Se aprende ao enxergar que os filhos cresceram. Se aprende quando aceita que, ser saudável, adquirir uma frequência em sua autoconsciência não é símbolo de jovialidade, mas de comprometimento com uma vida inteira de esforços. Enfrenta-se uma existência que não se dá por comovida. O idoso contempla então os artefatos que resultaram noutra posição: agora não mais buscando um sonho para viver, mas ao que lhe compete uma vida para sonhar.