MÔNICA E CIBELE
Mônica e Cibele, duas namoradas que tive na adolescência, duas garotas simpáticas e alegres, não eram tão bonitas mas tinham um charme especial e isso era mais do que suficiente. A primeira bem mais nova que a segunda, moravam no mesmo bairro e estudavam na mesma escola. Quando se produziam ficavam uma maravilha. Detalhe: namorava elas ao mesmo tempo e ambas não sabiam de nada, apesar de comentarem entre si sobre cada abençoado, na verdade só um (eu). Para uma o meu nome era verdadeiro, para outra resolvi trocar para evitar algum tipo de problema.
Noite de um show musical no bairro delas, Mônica me convidou para assistir, era gratuito e ficava nas proximidades de sua casa. Fiquei receioso mas aceitei, não custava nada, podia tentar e apelar para que a outra não soubesse, afinal ela morava um pouco mais distante. Lá estava eu no portão de sua casa aguardando sua saída, em poucos minutos ela saiu e seguimos para o referido show. Boa músicas eram cantadas ao som de guitarras e bateria, um teclado dava mais ânimo para dançarmas um pouco, mas de repente vi de longe Cibele no meio da multidão, o que me preocupou, certamente estaria a procura da amiga que estava comigo. Súbito Mônica anunciou: eita, lá vem Cibele! Procurei terra nos pés e não encontrei. Ela soltou minha mão e correu em direção da outra, não tive outra alternativa senão xispar dali o mais rápido possível para evitar o confronto. Por cautela passei na casa da Mônica e perguntei por ela, disse que tínhamos nos perdido em meio a multidão, esse foi meu álibi.
No dia seguinte me desculpei com Mônica, mas apesar da sua insatisfação tudo correu bem e ficamos numa boa, inventei um monte de coisas, que procurei bastante por ela e que tinha até ido em sua casa. Dessa me safei. Mas outra parada estava para acontecer, uns dois dias depois estava eu na casa de Cibele quando ela me convidou para irmos na casa de uma amiga chamada Mônica e era a tal com quem eu também namorava. Fiquei sem jeito, pigarreei e acabei aceitando essa empreitada. No caminho, antes de chegar na casa da dita cuja, inventei que sentia uma dor forte no estômago, propositadamente em frente a casa de um amigo meu. Então eu disse para Cibele que ia até lá para tomar um pouco d'água e pedir um comprimido para ver se aliviada a "dor". Chegamos lá e falei com ele, discretamente, enquanto tomava a água, confidenciei-lhe a verdade e fui orientado para ir para casa, indo na moto de sua propriedade, já essa namorada voltou sozinha para sua residência, já que era bem próximo. O meu amigo me deixou na esquina e segui tranqüilo para minha casa. Escapei ileso de mais uma.
As visitas a elas eram em dias e noites que eu mesmo determinava alegando qualquer motivo para não namorar com muita freqüência e ter tempo para as duas, em hipótese alguma uma não poderia saber da outra. Foram alguns meses de namoro duplo, até que um dia ambas descobriram a verdade. Como isso aconteceu vocês vão saber agora. Estava eu na casa de Cibele, bem agarradinho com ela, quando Mônica chegou de surpresa para visitar a amiga e presenciou a cena. Procurei um buraco para me enfiar e não achei, o resultado foi uma pequena discussão entre ambas e que depois tudo foi esclarecido, tive que admitir a culpa e perdi as duas.