Vivemos entre ondas
Hoje, pela primeira vez desde o começo da pandemia, fui ao correio.
Sem fila, com tempo, e com uma empregada que gostava de conversar, às tantas disse-lhe :
-Continuamos a tentar regressar à normalidade até termos de fechar novamente; por exemplo, não vinha aos correios há imenso tempo, estava à espera de um momento menos mau.Permita-me o momento poético, mas todos nós agora vivemos entre ondas, entre vagas.
Ela sorriu e respondeu:
-Sobrevivemos entre vagas...
Sorri e prometi voltar antes da próxima vaga.