BORBOLETA
Alice era daquelas pessoas sonhadoras, que navegam em mares profundos dos sentimentos e das emoções, de tanto velejar e buscar seus sonhos ela machucou-se muitas vezes porque a vida muitas vezes nos surpreende com situações que doem intensamente na alma para nos ensinar o ato de reerguer e por os pés na realidade, Alice como muitos sonhou, desejou amores, cada etapa que teve dentro do coração um sonho e um Amor, ela voou alto demais e como entregou seu coração a sentimentos intensos, esqueceu de si mesma no caminho.
Alice teve dificuldades para seguir de pé, teve inseguranças, coração partido, tudo que queria era ser ouvida, mas o problema é que ela não sabia onde colocar seu coração, guiou seus passos por caminhos onde os laços eram frágeis, sem reciprocidade... As belas relações humanas, a necessidade dos grupos, pertencer a algum lugar, Alice só queria pertencer, foram tantos "nãos" que ela um dia teve que olhar para dentro de si com um pouco mais de reflexão, então ela enxergou a Borboleta, adormecida num casulo.
Voltou suas memórias, lembrou da falta de respostas, todos olhando para a superfície, Alice falou muito de si, mas não houve quem ouvisse de verdade, a vida que ela escolheu tinha algo de mais profundo, a Borboleta acordou, num belo dia começou a quebrar-se o casulo, foi quando ela viu que sua solidão não era o pior veneno, mas a perca da sua essência poderia ser sua morte, foi dolorido e está sendo, mas as asas estão rompendo o casulo, o mundo se perde em um vazio, dizem muito do Amor, mas esse dizer não chega a acontecer, são palavras belas porém sem uma direção verdadeira. Aprender a viver é as vezes despir-se dos sonhos, enxergar as verdades, observar como tudo acontece, para então poder voar, sair do casulo sabendo que o mundo não é colorido, o mundo rejeita as lagartas, desprezam os casulos, não entendem das metamorfoses, dizem que as borboletas são belas, mas poucos tem olhos para contemplar as cores de uma Borboleta.
Existem muitas Alices deixando de viver, seguindo para longe da sua própria estrada para pertencer a outras que não são suas, existem muitas Alices amando coisas que não as preenchem e existe na vida muitos amores que na verdade não nos é alcançável, mas podemos voar, sim, podemos entre romper nossos casulos e voar ou fechar-se para sempre escolhermos nosso meio de perceber e vencer nossos receios. Alice está rompendo para voar, ela não quer mais depender dos sonhos inalcançáveis, nem mesmo reter-se em palavras que não a cativa. Alice é Borboleta e vai voar, mesmo com as dores, ela voará, seguirá em busca do seu jardim, escolherá flores, olhará com maior sensibilidade, porque para ser a Borboleta ela antes foi a que outros não souberam enxergar. Seja Borboleta, respeite seu tempo, quebre seu casulo entendendo que para aprender a voar temos de nos esforçarmos, voe seu voo pleno, suas asas brilham, nunca duvide de seu potencial para encontrar seu lugar.