O CENÁRIO MUDOU
Evaldo da Veiga
Era naquela esquina, quem diria...
O cenário está todo mudado. Perdemos a mangueira,
aquela paineira linda se foi e os pés de oitis que ficavam
do lado direito de que vem do Sapê, onde o parque de diversão
quando vinha ficava algum tempo e ia embora voltando depois...
Ali sob o pé de oitis mais frondoso, ficávamos nós apostando em placa
de carros, impar ou par. Um tempão para passar um carro...
Ali conheci minha primeira namorada em fase adolescente
e de certa forma ela suavizou a lembrança forte da primeira namorada
em um romance em que me envolvi ainda com dois anos de idade;
em verdade o namoro começou antes,
mais lembrança bem consciente é desse período.
Lembro como se fosse hoje que o vestido que ela vestia
era azul com barra e mangas rosa; e eu estava de calção e sem camisa,
como andava sempre.
O tecido do meu calção era presente da
Legião Brasileira de Assistência – LBA,
que eu recebia dias antes do Natal.
Pisquei os olhos, um de cada vez, era assim que se fazia naquele tempo
quando se queria dar um toque na menina.
Ela retribui com um sorriso tímido, bem tímido,
mas era um sorriso de eloquente querer.
Amávamos-nos somente olhando e deixando entender o que pensávamos;
era um amor bem lindo, de desejo e pudor.
Fui à igreja protestante que ela freqüentava, algumas vezes.
Ficava perto sorria sem jeito, mas não tinha coragem de falar em namoro.
Creio até que pensava que não precisava. Sem coragem pra namorar,
embora já sabendo mais ou menos como devesse fazer no namoro:
segurar na mão quando não tivesse ninguém vendo e fazer carinho
no centro da palma da mão com aponta do dedo indicador,
dizendo que poderíamos fazer saliência, ela concordando.
Não fiz nada do que devia ter feito para quem está namorando;
fui tímido sobremaneira, um bocó, como se dizia naquela época.
Mas amar amei...
Só Deus sabe o quanto amei.
evaldodaveiga@yahoo.com.br
Evaldo da Veiga
Era naquela esquina, quem diria...
O cenário está todo mudado. Perdemos a mangueira,
aquela paineira linda se foi e os pés de oitis que ficavam
do lado direito de que vem do Sapê, onde o parque de diversão
quando vinha ficava algum tempo e ia embora voltando depois...
Ali sob o pé de oitis mais frondoso, ficávamos nós apostando em placa
de carros, impar ou par. Um tempão para passar um carro...
Ali conheci minha primeira namorada em fase adolescente
e de certa forma ela suavizou a lembrança forte da primeira namorada
em um romance em que me envolvi ainda com dois anos de idade;
em verdade o namoro começou antes,
mais lembrança bem consciente é desse período.
Lembro como se fosse hoje que o vestido que ela vestia
era azul com barra e mangas rosa; e eu estava de calção e sem camisa,
como andava sempre.
O tecido do meu calção era presente da
Legião Brasileira de Assistência – LBA,
que eu recebia dias antes do Natal.
Pisquei os olhos, um de cada vez, era assim que se fazia naquele tempo
quando se queria dar um toque na menina.
Ela retribui com um sorriso tímido, bem tímido,
mas era um sorriso de eloquente querer.
Amávamos-nos somente olhando e deixando entender o que pensávamos;
era um amor bem lindo, de desejo e pudor.
Fui à igreja protestante que ela freqüentava, algumas vezes.
Ficava perto sorria sem jeito, mas não tinha coragem de falar em namoro.
Creio até que pensava que não precisava. Sem coragem pra namorar,
embora já sabendo mais ou menos como devesse fazer no namoro:
segurar na mão quando não tivesse ninguém vendo e fazer carinho
no centro da palma da mão com aponta do dedo indicador,
dizendo que poderíamos fazer saliência, ela concordando.
Não fiz nada do que devia ter feito para quem está namorando;
fui tímido sobremaneira, um bocó, como se dizia naquela época.
Mas amar amei...
Só Deus sabe o quanto amei.
evaldodaveiga@yahoo.com.br