ESCREVENDO E APRENDENDO
Prof. Antônio de Oliveira
Camões, de tantos versos, Canto X, 153, em “Os Lusíadas”:
“A disciplina militar prestante
Não se aprende, senhor, na fantasia,
Sonhando, imaginando ou estudando,
Senão vendo, tratando e pelejando”.
Em outras palavras e com outros verbos transitivos, também no gerúndio, tempo de ação continuada, talvez se pudesse dizer assim “ad nauseam”, até enfarar e assimilar este segredinho, esta receita de vida prestante:
Vendo, observando, analisando, registrando, classificando, avaliando, no cair da tarde, todos os dias.
Tratando, acompanhando, agregando, sintetizando, revendo, retificando, apurando resultados, explicitando situações sucessivas.Pelejando, explicando, informando e orientando; estabelecendo relações entre eventos, prevendo, na medida do possível.
Enquanto professor,eu escrevia para ensinar. Hoje, refletindo, compartilhando e interagindo, eu escrevo para aprender. Numeradas, são 541 crônicas. Que não apresentam um perfil estritamente temático. Ora abordam datas comemorativas, ora cívicas ou religiosas, ora questões de filosofia, pedagogia, história, psicologia, fatos do dia a dia. Leitoras e leitores são meus professores. Recebo muitos comentários. Em geral, incentivadores. Alguns, surpreendentes.
Ora nossas dores pessoais, ora nossos contentamentos, ora nossas experiências de vida tornam-se fonte de empatia, parada para reabastecimento. O que conta é o modo de chegar, de caminhar. Vendo, tratando e pelejando. Camonianamente...