O SILÊNCIO DE CARIDADE PERANTE O PESO DA VERDADE
O ser humano na maioria das vezes é ansioso em suas ações e decisões. E por isso por algumas vezes acaba por se arrepender de ter cometido atitudes impensadas durante a existência. Na verdade ainda que saibamos o quão é importante respirar, nos momentos de alvoroço até o oxigênio nos falta, pois podemos perder o controle e equilíbrio de nosso organismo. É nessa hora que respirar fundo faz um grande bem e uma grande diferença! O respirar em profundidade nos traz de volta a nós para podermos refletir ações e reações. Em nossos relacionamentos diários, quando nos recolhemos em nós, e ficamos isolados podemos até pensar que estamos bem. Contudo é na hora de nos inteiramos com outro que descobrimos o quanto estamos bem ou não, pois nosso raciocínio e nossas ações são impulsionadas a emitir uma resposta imediata e podem nesse momento serem realizadas sem a devida consciência que comanda o nosso ser.
Pois de fato quando falamos ou fazemos algo para apenas emitir a resposta ao outro, temos que buscar o cuidado com nossas palavras e expressões. De fato, uma palavra dita não volta atrás. E tudo isso pode marcar como uma cicatriz a nossa mente pelo resto da vida. Diante disso é relevante compreender que até o silêncio se demonstra ato de inteligência e bondade para com o outro, quando no instante do ímpeto apenas queremos imprimir palavras e gestos para poder ferir o outro. Nessa hora até o silêncio se torna um ato de caridade. Não é à toa que sempre ouvimos o que disse Johann Goethe, grande filósofo alemão, dizer que “falar é uma necessidade, mas que ouvir é uma arte”. Saber ouvir para compreender, para refletir para resguardar a si e a outro pode salvar vidas, pode ser considerado igualmente um ato de amor ao próximo. Por assim dizer não podemos pensar que temos que despejar nossas mazelas internas no outro. E que só porque ele está perto ou porque nos ama tem essa obrigação de ouvir tudo que sentimos e pensamos, principalmente em momentos de fúria ou de profunda fraqueza.
Compreende-se que em muitas vezes há um peso da verdade a ser levantado. Todavia essa verdade nem sempre deve ser expressada de maneira nua e crua. A precisão das palavras, o tom, o momento, o modo como as dizemos faz toda a diferença. E se realmente ainda não estamos preparados para isso, isto é, não temos naquela ocasião o devido controle emocional para se achegar ao outro, precisamente será melhor o silêncio para que demonstremos ainda mais o nosso amor àquela. Que então poderemos a partir de então desenvolver uma inteligência emocional, espiritual e de empatia aguda para que propaguemos bem e paz aos que estão conosco.