Um poeta
               machucado



     1. A paixão inconclusa por Ana Amélia  Ferreira do Vale machucou o poeta. Gonçalves Dias não conseguiu levar Ana Amélia, seu grande amor, nem ao pé do altar e mem a uma cama solitária e  transgressoura. Os dois seguiram rumos diferentes, com amores outros. 
     
 Ana Amélia, mulher jovem e bonita, e Gonçalves Dias, inspirado vate, nasceram no Maranhão. Ela, em São Luís e ele em Caxias.
     
2. É certo que Gonçalves Dias morreu sem "possuir" Ana, a não ser nos belíssimos poemas que lhe dedicou. - "Seus olhos - Seus olhos são negros / tão belos, tão puros/ assim é que são; / às vezes luzindo, serenos, / tranquilos, /às vezes, vulcão".
     
3. Vale lembrar que a paixão era recíproca.      Enfeitiçado por Ana, "em pleno esplendor de sua fascinante beleza", o poeta, bem mais velho do que a amada, resolveu pedí-la em casamento e pediu.
     
4. Mas os familiares de Ana eram extremamente racistas e o poeta era um mestiço. A família negou o mão da moça, provocando nos dois uma profunda decepção e um sofrimento sem limites. 
     
5. Como disse, os dois seguiram rumos diferentes: O poeta casou com Olímpia da Costa e Ana, dizem que por pirraça, casou com um mulato e foi morar em Portugal. Sei que tiveram destinos bastante traumáticos nos seus relacionamentos amorosos
.   
6. Gonçalves Dias continuou fazendo versos; e muitos inspirados em Ana Amélia, de quem nunca esqueceu. Galgou os patamares mais altos da poesia, chegando, inclusive, a ocupar a cadeira n. 15 da Academa Brasileira de Letras.
     
7. Mas teve um fim entre o trágico e o poético. Voltando de Portugal, já bem doente, Gonçalves morreu, em 1862 - o único a morrer afogado-, no naufrágio do Ville de Boulogne pasmem! - avistando as terras do seu Maranhão querido, com suas belas palmeiras e seus canoros sabiás...
        
Felipe Jucá
Enviado por Felipe Jucá em 22/05/2021
Reeditado em 22/05/2021
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