PALAVRAS.ALMA. ACEITAÇÃO. ETERNIDADE.
Palavras que motivaram o pensamento universal continuam a serem grafadas e ditas. E sentença que aniquila, reverbera e pontifica, persevera, sendo irrecusável: "palavras o vento leva". E ouve-se ainda sonante e forte como definidora matriz: o que fica?
Quase nada ou nada. Permanece eclodindo o Cristo, mas se nega.
Abrir a janela da alma, refúgio da mente, razão, rasgando do nascente ao poente sua íris à luz do sol. Viver, sobreviver na possibilidade de felicidade, enganosa. Viver no meio das máximas pequenas...porque se perdem no desengano acreditadas.
Tentar entender a grande angústia humana.
Qual?
Difícil definir, todos andam atrás da realização, da felicidade. De perguntas por respostas que nunca virão. Parece estar a maioria insatisfeita nessa ordem voluntariosa dos involuntários da aceitação. Almas pequenas, vagarosas.
Ascese, força na fé que se quer maior, fortuna, dinheiro, posses, talento, vocações, celebrizar-se, fama, nada satisfaz.
O que é isto?
Incompreensão do nosso tamanho. Há um canto de pretensão que também as sereias não ouvem, restam surdas. Só os mitômanos têm audição ecoando em seus canais sonoros. O popularesco hoje tem uma expressão apropriada sobre esse universo; caixinha, ninguém quer ficar na sua caixinha. É preciso se embebedar na sua realidade. Não se assuste com o que você é, mesmo uma calamidade seja você.
O que fomos, o que somos e o que seremos. Nada de simples abordagens explicativas, anuência do que não se alcança, mas sente-se e mesmo se vê. Com boa vontade e esforço haverá compreensão.
A não aceitação do que está disposto e posto para você viver gera angústia.
Como o surgimento da vida e seu desaparecimento, sagrados movimentos, únicos, origens e desfechos sem definição, Aceite a desordem de sua ordem, receba a verdade.
Na passagem breve da certeza do pó e do tudo, ver algo mais que um salto no escuro, o desconhecido com seu milagre infinito, já saciaria a angústia.
Abraçar a generosidade sentida, doar realmente amor enquanto somos forma, entender o existir não existindo mais, a passagem frágil e volátil exposta e compreensível; é tudo um. Vidência da frequência positiva alcançada.
Aceitar a aceitação do não-ser sendo, eternizado no passo breve e nas pegadas longas. Nada que existe deixa de existir, somos o efeito da eternidade que não cessa desde sempre. Trânsito das almas ocupando seus espaços onde tudo se transforma, observo, sinto, e vejo, aperfeiçoando imperfeições passadas, do que seria, foi e é, de outros espaços ocupados, vidas e formas, plasmadas em diversidades.
Perceba-se Kant na sua discussão de ideias, sua “Razão Pura”, e Tomás de Aquino em suas arguições sobre “Conselho”, desnudando toda ordem de desordens pelos atuais Conselhos Humanos. Se envolva e vá além, passo infinito dando ao cérebro razão do encontro, um passo caminhado de uma longa estrada. Nossa estrada é longa, pensamos ser curta, breve. Não se muda a eternidade. Ela é nossa habitação.