CIRCUITO ELETROMAGNÉTICO FAMILIAR FECHADO

CIRCUITO ELETROMAGNÉTICO FAMILIAR FECHADO

AS TENSÕES criadas numa criança na vida familiar, principalmente pelo fanatismo emocional da mãe com relação ao que ela acredita ser proteção ao filho(a), conduz à permanência nela, criança, de um fluxo de indução magnético (tensão) numa espécie de circuito induzido por seus pensamentos com relação à cria e à prole.

ELA ORIENTA o carnaval familiar de acordo com condições, dependendo da classe social na qual viceja, familiares as mais adversas. A criança nasce, cresce, desenvolve percepções de sua própria vida pessoal, familiar, social, que muitas vezes não está em harmonia com os delírios maternos que a conduzem a objetivos que não são dela criança, dele adolescente, mas que é induzido a aceitar pela condição de dependente.

MERGULHADO NO oceano de delírios maternais dela e do pai, este, não poucas vezes submerso nas exigências dela, pela condição de dependente de uma libido maior parte das vezes doentia, o agora adolescente sente a vida e seus objetivos escapar do controle de sua visão de mundo e de sua vontade de seguir um caminho que seja seu, de sua lavra, autoria, percepção.

VERDADE É que nem todas as crianças e adolescentes sentem o chamado de seu Inconsciente Pessoal, mergulhado que está nas exigências e interferências do Inconsciente Coletivo Familiar. O Eu pessoal afogado nas solicitações, necessidades e misérias do todo familiar (ICF) sente-se preso nele e tolhido em suas expectativas de realização pessoal. Expectativas cada vez mais distantes.

FECHA-SE O circuito eletromagnético doméstico em torno das necessidades coletivas da família, e o eu pessoal de um filho primeiro de dez irmãos, que precisa de investimentos em suas melhores possibilidades, fica entulhado de solicitações e necessidades que não são suas. A madona que pariu dez filhos numa situação de carências familiares, peleja por justificar o massacre do filho primeiro, criando condições de culpabilidade intensa com relação a ele e suas exigências sem retorno.

O CÉREBRO de um adolescente livre de compromissos com a sobrevivência dos demais membros familiares, é um “cérebro fervente” segundo a dramaturgia shakesperiana. O normal é que adultos “façam de conta” que não compreendem as exigências do adolescente que se rebela contra a falta de condições adequadas de subsistência e sustento.

UM FILHO abandonado deliberadamente por uma mãe maledicente, que deseja vê-lo sacrificado a suas misérias e a seu descompromisso com ele, em benefício da necessidade de sobrevivência dos demais membros da prole, ela criou justificativas para pressioná-lo, o filho preterido, à aceitação de todo tipo de culpas, porque ela mãe sádica, abusou de todos os modos recorrentes a convencê-lo de que deveria sempre sacrificar-se pelo demais nove irmãos, e se sentir orgulhoso de ser o “bode expiatório” que se imola e martiriza pelos demais.

EU SUPORTEI todo tipo de pressão induzida pelo Circuito Eletromagnético Familiar Fechado (Inconsciente Familiar) em torno de minhas necessidades sempre preteridas pelas necissidades de sobrevivência dos demais membros familiares. A exponencial maldade, crueldade, a atrocidade materna sem empatia, desejava manter-me sob a ingerência de dominação emocional sádica extrema, não importando os sofrimentos mentais atrozes que me causava.

ELA, NÃO era apenas ela, seus demais filhos eram uma extensão de sua dominação e de seus recados que, através deles se materializavam cada vez mais intensamente sobre mim, fazendo com que eu tivesse obrigações para com eles (ela) que de modo algum seriam cobradas de mim se tivessem um mínimo de respeito e consideração por minhas necessidades de crescimento físico, mental, intelectual.

VIVER NESSA “gaiola ds loucas” familial de necessidades sempre crescentes, sem perspectiva de sequer minorar essa pressão medonha, hedionda, abominável (ela sempre aumentava)... Eu não deveria me revoltar contra todas essas injunções, pressões de toda ordem, que me forçavam a partir para outros esquemas de necessidade de sobrevivência, sempre atrelado ao magnetismo insano de uma criatura que não nasceu para ser mãe. Mas era. Ela usava sapatos de salto alto Luis XV.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 17/05/2021
Reeditado em 17/05/2021
Código do texto: T7257348
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