A saúde mental em tempos de incerteza
Amanheceu mais um dia que a esperança me obriga a levantar.
Levanto e o meu corpo já começa a formigar; é mais um dia de toda essa agonia a qual não sei explicar.
Ao passar o dia, a notícia: o corona mata mais de 3 mil pessoas em 24 horas no Brasil. É o recorde! Tão melhor é o nosso recorde quando falamos de futebol.
Mas a realidade é de desespero, faltas, tristeza, a incompetência governamental que nos rodeia.
E, depois desse choque, vem ela e diz: oi! E meu corpo logo responde. Acelera meu coração, toma minha respiração. E pensam:
Será covid? Não, é só mais um ciclo desse negócio que me tira o sono. E quem dera fosse só o sono...
O nervosismo vem, é um choro indescritível, procurasse o motivo.
É como morrer aos pouquinhos por algo que corrói; bem, não sei explicar. Mas é morrer estando vivo. E por falar em morte...
Morte?
A morte virou algo normal, afinal somos record.
Oh Corona! Se tu soubesses o quão mal tens feito ao mundo, irias embora…
Logo vem o pensamento: lembro o passado, projeto o futuro, mas sobre o presente é uma paralisia, cobrança, inquietude.
Sabe quando tivemos que nos adaptar às novas leis de sobrevivência, digo máscaras, sem abraços, ficar em casa trancada.
Para quem tem esse treco não foi difícil, ficar sufocada, sem carinho e na prisão de quatro paredes, submissa a toda essa agonia. É digamos que normal.
Mas estamos no mesmo barco! Foi o que muito se falou.
Mesmo barco? Em um país como o Brasil? Quanta hipocrisia.
No fim da tarde, compartilhar. Vem a pergunta: como estais ?
A garganta dá um nó e responde: maravilhosa!
Afinal, eu tenho tudo e tudo que resta é aceitar que isso é egoísmo, ingratidão, frescura.
Não, mas de fato é algo maior que me suga e no final do dia me cobra por não ter sido eu.
Procurasse palavras para explicar, controle para paralisar, psicólogos, remédios para amenizar e no fim ela sempre volta, seja forte ou de penetra, é que ela nunca vai embora.
Olha ela... que acelera por dentro e paralisa por fora.
Sim, ANSIEDADE!