Bumerangue.
Todos nós estamos perdendo parte de nós pela pandemia. Perder pode ser desde a partida de um amor ou a liberdade de ir e vir, de falar.
Percebo em mim claramente que o que mais dói numa perda é a parte de mim que morre quando um relacionamento acaba. O meu investimento, minhas mais doces e delicadas emoções esvaziam- se de sentido. Ficam a vagar no ar como a flecha arremessada de olhos vendados.
Há que transformar a flecha em bumerangue. Sim, no retorno há de curar as feridas, pois o destinatário não existe mais.