Foi compaixão!

Aqueles dois dias pareceram os mais escuros e sombrios da minha vida!

Eu não tinha motivos para sorrir, cantar ou demonstrar qualquer traço de alegria ou felicidade. A minha vida se tornara vazia e eu estava condenada à miséria e à desesperança.

É certo que a nossa Lei ou, a Torah, concedia abrigo e segurança às viúvas, mas os dias eram maus e as nossas autoridades eclesiásticas invalidavam a Lei substituindo-a pelas tradições ditadas no Talmude que foi escrito há muitos anos e que é interpretado, infelizmente, segundo a conveniência da autoridade.

Foi isso que aconteceu comigo quando busquei ajuda na comunidade após a morte do meu marido. Aquela autoridade me disse que o dinheiro que havia no caixa era tão somente para servir ao interesse da celebração, e não para caridade.

Ficamos sozinhos, meu filho e eu no mundo, sem apoio e sem sustento, pois o meu filho ainda era um adolescente incapaz de nos sustentar. E quem, em nossa sociedade se casaria com uma viúva tendo um filho para criar?

Naquele dia, chorava a minha dor e o meu destino. O meu filho, o meu único filho também acabara de morrer e a única coisa que tinha até aquele momento era a companhia das carpideiras para chorar comigo e as pessoas amigas ou alguns circunstantes que me acompanhariam até o local do sepultamento. Parece que toda a vila de Naim se compadecera da minha dor e da minha desesperança.

Mas, vindo de outra parte e praticamente em nossa direção vi outra pequena multidão se aproximando tendo à frente um jovem que passara dos trinta anos de idade. Todos o rodeavam parecendo querer dele alguma coisa, mas os seus passos eram firmes e decididos e ele estava vindo em minha direção. Certamente seria mais um, com todos os que o seguiam, para me acompanhar no cortejo fúnebre.

Estava desolada. O que seria de mim no dia seguinte?

De repente, aquele jovem se deteve à minha frente e me disse: "Não chores!"

O espanto foi tão grande que até mesmo as carpideiras interromperam o choro. Da forma como ele pediu, eu também parei de chorar para fitá-lo bem nos olhos e me perguntar se ele conhecia a minha dor e o meu sofrimento!

Não tive tempo para interrogá-lo, assim como os que conduziam o corpo do meu filho também não o interromperam quando ele se aproximou do esquife para tocar o cadáver.

Todos estavam atônitos, inclusive eu. Como pode, um judeu desconhecido, tocar o cadáver do meu filho sem se importar com a Torah e sem medo de ser considerado imundo? Assim pensava eu naquele instante!

Mas, tudo que eu estava vendo diante dos meus olhos foi considerado nada, diante do que aconteceu em seguida.

Com autoridade, ele ordenou ao meu filho que se levantasse e isso aconteceu. A multidão recuou alguns passos, assustada com o que estavam presenciando e Ele, com ternura em sua voz e visível compaixão no seu olhar entregou-me o meu filho, vivo.

Ele o ressuscitara e aquilo mudou a minha vida. Mudou a vida de muita gente que estava comigo naquela ocasião a ponto de exclamarem:

"Deus levantou um grande profeta entre nós para salvar o seu povo."

Lembrei-me do que já tinha ouvido sobre os antigos profetas em Israel. Moisés, Elias, Eliseu, Daniel e tantos outros. Dentre esses, eu até que poderia venerar dois deles, Elias e Eliseu que, no seu tempo também ressuscitaram mortos.

Mas, ali estava Ele, Jesus de Nazaré, que veio até mim e que, com tremenda compaixão e imenso amor fez com que a minha alma voltasse a sorrir e a cantar.

Creio poder dizer que o meu encontro com Jesus me ressuscitou para uma nova vida e hoje, o que ele fez por mim está registrado no Livro e tem alcançado gerações.

Você não precisa passar pela mesma experiência da dor que eu estava vivendo naqueles dias. Busque a Jesus. Tenha um encontro com Ele!

Nesses tempos de pandemia onde pessoas estão morrendo por toda parte, esta passagem das Escrituras nos revela não somente o poder de Jesus sobre as circunstâncias adversas, mas também o seu caráter amoroso e compassivo.

Ele conhece o nosso sofrimento e está à nossa disposição para aliviar a nossa dor. Foi Ele quem disse:

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei!"

Permita que Jesus faça parte da sua vida e assuma o controle de toda a sua dor.

Pr. Oniel Prado

Outono de 2021

25/04/2021

BSB/DF