CHAMADA VIRTUAL ("O tolo abre a cova onde o sábio enterrá-lo-á" — Alex Hilário)
No velho normal, quando os alunos ficavam fora da sala na hora da aula, era para dizer à coordenadora que o professor era ruim. Umas iam na onda, brigavam com o professor, ali mesmo na frente deles. Outras perguntavam ironicamente: — "professor, o que esses meninos fazem aqui fora da sala em sua aula?" Mas, se nem sabiam o que é ser aluno, vão saber o que seria um bom professor?
Agora no novo normal, vão pirraçar a máquina fria! O máximo que alguém pode fazer para mostrar seu desdém, ou enganar a coordenadora que está presente na aula síncrona, ou ainda para mostrar seu descontentamento é desligar a sua câmera e o seu microfone, e o professor registra a presença dos tais alunos assim mesmo, pois a constatação é so(mente) virtual.
Antes, o professor era só calculista, hoje é frio também e distante demais; a doença é psicossomática. Então, para se livrar dos bagunceiros, usa o veneno deles, apenas desliga a câmera deles e juntamente com seus microfones ou, finalmente, exclui-os da sala virtual. Assim sobra quase nada para o proveito das aulas virtuais. "A educação é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado." (Oscar Wilde). (Cifa