Foguete desgovernado
A lua e as estrelas são fontes de inspiração para quem escreve versos poéticos. Há um fascínio pelo espaço celeste e pela lua, satélite natural do planeta terra, em todas as suas fases. Mesmo para quem não recorre a elas para escrever, não pode deixar de admirar a grandeza de uma lua cheia, uma constelação estelar ou da passagem do cometa Halley, por exemplo.
Nos últimos dias, muito se observou o céu, mas o protagonismo não era da lua ou das estrelas ou mesmo de algum cometa. A mídia deu destaque e atraiu a atenção mundial para o foguete chinês, fora de controle que cairia na terra a qualquer momento. O dito cujo foi lançado no dia 29 de abril e, após gastar todo o seu combustível foi deixado para voar pelo espaço, até ser atraído à gravidade da Terra e cair em algum lugar.
É bom que se diga que há milhares de objetos, que fazem parte do lixo espacial, frequentando a órbita do planeta e aumentando esse “cemitério”, que provoca colisões, resultando em milhares de fragmentos vagando, a esmo, pelo espaço.
Estima-se que cerca de 330 milhões de objetos se encontram em órbita e acertam a Terra diariamente, embora sem muito alarde, devido ao seu tamanho. Outros causam perturbação ao nosso sossego, como esse foguetão de 22 toneladas, um dos maiores a atingir a terra.
Mesmo que se divulgasse que não haveria tanto risco de um objeto desse cair na cabeça de alguém, não há garantia que isso não poderia ocorrer. Por outro lado, não haveria nada a fazer, diante do descontrole do referido artefato.
E ele caiu...
Sim. Ele caiu no mar, mais precisamente no Oceano Índico, a oeste das Maldivas, segundo o noticiário.
Desta vez, sem problemas. Mas é bom lembrar que a órbita terrestre está repleta de centenas de milhares de pedaços de lixo não controlado, com tendência a aumentar, cabendo a quem de direito adotar medidas para colocar regras internacionais mais rígidas.
E que o protagonismo no firmamento não seja de foguetes descontrolados, mas das inspiradoras Lua e estrelas.
(Adamar Gomes – 10 MAI 21)