IRMÃOS DESIRMANADOS
Dois irmãos, frutos da mesma barriga, do mesmo sangue, da mesma raiz.
Daí a vida resolveu afrouxar a forte liga que sempre os atou.
Ela com sua maestria tanta, bagunçou fios, pedaços, tudo.
Então aqueles manos tão irmanados foram correndo um do outro, foram estranhando um do outro, foram desirmanando um do outro.
Há um consolo nesse triste roteiro, nesse corroído desígnio.
É que essa mesma vida reveja seu veredicto e os coloquem de novo no mesmo balaio, no mesmo gosto, no mesmo chão.
E os irmanem de novo, como sempre foram e nunca se conformaram em terem deixado de ser.