MINHA MÃE.
Saudade.
Mãe, sem muita coragem escrevo-lhe estas linhas;
Flor do campo,
Brisa da manhã,
Verde dos vales,
Azul do mar,
Perfeição da natureza feita mulher;
Ontem meu reduto, largo abrigo, paz da aflição;
Hoje meu confessionário, proteção suave que brilha no firmamento;
Vida da minha vida, semente de meu pão, silêncio mudo de minhas súplicas;
Bonança das horas de angústia;
Teu nome a calma.
Teu sorriso a maravilha,
Tua presença a segurança,
Minha mãe, tudo do nada que somos, leito e estuário no sacrário dos sentimentos;
Pó da vida,
Vida das certezas, do desinteresse, da esperança;
Amplo abraço dos meus sonhos,
Café com leite das noites cansadas,
Espera sofrida da chegada;
Vigília do amor,
Saciedade dos desejos, desmedidas emoções;
Braços que se abraçam, mãos que se dão,
Ansiedade, saudade.
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Escrito uma semana após o falecimento de minha mãe, publicado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, na antologia “A TOGA E A LIRA II”
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"BONANÇA DAS HORAS DE ANGÚSTIA;
"VIDA DAS CERTEZAS, DO DESINTERESSE, DA ESPERANÇA;
"PROTEÇÃO SUAVE QUE BRILHA NO FIRMAMENTO.
E assim continua....
Sim, minha mãe brilha ao lado do seu JESUS DO PORTO DAS CAIXAS AMADO, cujo quadro enorme pendia da parede sobre a cabeceira de sua cama.
Todo ano renovo essas linhas que fiz em outubro de 1986, quando minha mãe partiu para seu JESUS.