MINHA MÃE.

Saudade.

Mãe, sem muita coragem escrevo-lhe estas linhas;

Flor do campo,

Brisa da manhã,

Verde dos vales,

Azul do mar,

Perfeição da natureza feita mulher;

Ontem meu reduto, largo abrigo, paz da aflição;

Hoje meu confessionário, proteção suave que brilha no firmamento;

Vida da minha vida, semente de meu pão, silêncio mudo de minhas súplicas;

Bonança das horas de angústia;

Teu nome a calma.

Teu sorriso a maravilha,

Tua presença a segurança,

Minha mãe, tudo do nada que somos, leito e estuário no sacrário dos sentimentos;

Pó da vida,

Vida das certezas, do desinteresse, da esperança;

Amplo abraço dos meus sonhos,

Café com leite das noites cansadas,

Espera sofrida da chegada;

Vigília do amor,

Saciedade dos desejos, desmedidas emoções;

Braços que se abraçam, mãos que se dão,

Ansiedade, saudade.

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Escrito uma semana após o falecimento de minha mãe, publicado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, na antologia “A TOGA E A LIRA II”

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"BONANÇA DAS HORAS DE ANGÚSTIA;

"VIDA DAS CERTEZAS, DO DESINTERESSE, DA ESPERANÇA;

"PROTEÇÃO SUAVE QUE BRILHA NO FIRMAMENTO.

E assim continua....

Sim, minha mãe brilha ao lado do seu JESUS DO PORTO DAS CAIXAS AMADO, cujo quadro enorme pendia da parede sobre a cabeceira de sua cama.

Todo ano renovo essas linhas que fiz em outubro de 1986, quando minha mãe partiu para seu JESUS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/05/2021
Reeditado em 09/05/2021
Código do texto: T7251362
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