AMAR COMO VÍCIO.
Amar é difícil, se o praticante do desamor soubesse como o amor traz alegrias, seria um amoroso por vício.
Se o amor fosse regra, o mundo seria perfeito pelo simples acontecimento da inexistência de egoísmo, que infelizmente é padrão, ícone, base, referência, meta, objetivo, cultura e cultivo da maioria.
Jesus é conhecido por essa permanente multidão épocas afora, faz mais de dois mil anos por quê?
Por ser puro amor e por ele morrer.
É como uma terceira margem do rio, distante, imaginária, de difícil acesso, mas de possível alcance....amar.
Está lá sobranceiro o amor, no meridiano entre o entendimento e a compreensão. O amor é o vestíbulo da porta da felicidade. Quantos o acharam na vida verdadeiramente, distantes dos interesses que comandam as existências?
Chegar nessa altitude, amar e amar, com intensidade, implica em viver-se por entrega incondicional, carregado nos braços da humildade, banhado na sabedoria dos sábios percorridos e estudados, mas antes refletidos, com sinceridade, pois refletir sem estudar é perigoso, e estudar sem refletir é perder tempo.
Uma jornada de visibilidade, onde os sete estigmas capitais devem ser alijados com energia, logo que a vaidade faz pensar o que não somos, a ira torna cinzento nosso discernimento, a inveja corrói a alma e aniquila o invejoso, a soberba mostra o desejo distorcido de grandeza, a avareza pune quem a pratica, incapaz de fruir e usufruir o que tem, pois tudo que temos um dia será dado, e a preguiça faz com que o ser humano se sinta imobilizado perante à vida, condenado a viver pelo que lhe deram, não por força de seu próprio trabalho e conquista, e a luxúria sonega o prazer por se dissociar da ternura, que faz do sexo a maior e mais benéfica força da natureza, prazerosa e sutil.
Amar é como a terceira margem do rio, está em nossas mãos, pode ser alcançada, mas a relativa felicidade que ela abriga, pode fugir por entre os dedos, escoando no rio da vida, se deixamos as mãos abertas aos sete anátemas capitais.