(D)A Bondosa Vovó e (d)o Trololó...

-- Meu filho... Uma velhinha como eu poderia aprender Matemática Moderna em tão pouco tempo? Hahaha! Fico até sem graça de estar na frente de um jovem tão belo, atraente e inteligente como Você, meu Filho...

-- Agradeço o elogio, Senhora N. Espero ser digno dele e, mais ainda, de tua atenção. Quanto à aprendizagem, fique tranquila. Eu tenho um método bastante eficiente. As pessoas aprendem rápido comigo. Algumas chegam até a ensinar a outras o que aprenderam comigo em um período tão curto. Confie em mim.

Você frequentou a casa dela por quinze dias. Sentiu-se num ambiente familiar, aconchegante. Isso te fez muito bem. Ela era ótima cozinheira, não? Seus bolinhos de chuva eram deliciosos... O chá que ela servia todo fim de tarde tinha um gosto de Viagem no Tempo, não? Puxa vida! E a Biblioteca naquele cômodo que ela não abria há 40 anos? Você disse que ficou espantado com o que poderia encontrar por lá!

Tudo teria sido uma história comum, de uma boa e amistosa relação fraterna entre um jovem professor de Matemática Moderna e uma anciã sedenta de aprender uma ciência exata... Não fosse pelo fato de eu ter descoberto que ela estava, na verdade, era querendo compreender, pelas boas numéricas, com profundo conhecimento da Matemática e da Física, a melhor forma de se roubar um banco por meio da construção de um túnel feito dentro do último cômodo de seu quarto, sem deixar a menor suspeita. Lógico! Quem iria suspeitar de uma Bondosa Senhorinha, de caridoso sorriso e voz aveludada? Ela era a Segunda na hierarquia do "Quinteto da Caridade" -- um insuspeito nome para uma quadrilha de ladrões com formação universitária!